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Português - 9º ano Auto da Barca do Inferno
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Mársio Soares, Sara Marília e Vânia Costa Escola Básica 2 3 de Souselo Data de Publicação: 01/09/2007 8 Comentar este trabalho / Ler Outros Comentários 7 N.º de páginas visitadas neste site (desde 15/10/2006): SE TENS TRABALHOS COM BOAS CLASSIFICAÇÕES ENVIA-NOS (DE PREFERÊNCIA EM WORD) PARA notapositiva@sapo.pt POIS SÓ ASSIM O NOSSO SITE PODERÁ CRESCER. |
Auto da Barca
do Inferno
Introdução
Este trabalho fala sobre uma das obras de Gil Vicente – “O Auto da Barca do Inferno”. Neste trabalho faz-se um resumo e uma análise de algumas cenas: o onzeneiro, o sapateiro, o enforcado e o frade. Cada cena é analisada nos seguintes pontos: os símbolos das personagens que entram em cena, os argumentos de acusação, os argumentos de defesa e os recursos estilísticos presentes.
Características do Auto da Barca do Inferno
Peça teatral, escrita por Gil Vicente, num único acto, subdividido em cenas marcadas pelos diálogos que o Anjo ou o Diabo travam com as várias personagens. O cenário desta peça teatral consiste num ancoradouro, no qual estão atracadas duas barcas. Todos os mortos, necessariamente, têm a passar por este paragem, sendo julgados e condenados ou à barca da Glória ou à barca do Inferno. Cada personagem apresenta, através da fala, traços que denunciam a sua condição social. As personagens focalizadas entram na morte com os seus instrumentos terrenos, são venais, inconscientes e por causa dos seus pecados não atingem a Glória, a salvação eterna. Destaque deve ser feito à figura do Diabo, personagem vigorosa que conhece a arte de persuadir, é ágil no ataque, cabe a este denunciar os vícios e as fraquezas, sendo a personagem mais importante na crítica que Gil Vicente tece da sua época.
Análise de algumas cenas
Cena III Onzeneiro: O segundo personagem a ser inquirido que ao chegar à barca do Diabo descobre que o seu rico dinheiro ficara em terra. Utilizando o pretexto de ir buscar o dinheiro, tenta convencer o Diabo a deixa-lo retornar, mas acaba cedendo às exigências do julgamento. Símbolo que o caracteriza: Saco do dinheiro. Argumentos de acusação: O onzeneiro é acusado de ser parente do Diabo; usar de maldade para explorar os mais pobres; de ser ganancioso e materialista. Argumentos de defesa: O onzeneiro usa como argumentos de defesa o facto de ter tido uma morte súbita; ter o bolsão/saco vazio e de Satanás o ter cegado. Recursos estilísticos: - Pleonasmo: “Ora mui muito m´ espanto…” - Aliteração: “Hou da baça! Houlá! Hou! Haveis logo de partir?” Percurso cénico do Onzeneiro: Cais ® Barca do Inferno ® Barca da Glória ® Barca do Inferno ® Embarca
Cena V Sapateiro: representante dos mestres de ofício, que chega à embarcação do Diabo carregando os seus instrumentos de trabalho: as formas e o avental. Engana na vida e procura enganar o Diabo, que espertamente não se deixa levar pelos seus artifícios. Símbolos que o caracterizam: Formas de sapatos e o avental. Argumentos de acusação: O sapateiro é acusado de ter morrido excomungado; de ter calado dois mil enganos; de ter roubado o povo com a sua profissão; enfim, não vivia honestamente. Argumentos de defesa: O sapateiro usa como defesa, para não embarcar na barca do Inferno, o facto de ter dado dinheiro à igreja e de ter mandado rezar orações pelos defuntos, enquanto era vivo. Recursos estilísticos: - Anáfora:
“E as ofertas, que darão? - Ironia:
“Santo sapateiro honrado! Percurso cénico do Sapateiro: Cais ® Barca do Inferno ® Barca da Glória ® Barca do Inferno ® Embarca
Cena VI · Frade: Como todos os representantes do clero, focalizados por Gil Vicente, o Frade é alegre, cantante, bom dançarino e mau carácter. Acompanhado da sua amante, o Frade acredita que por ter rezado e estar ao serviço da fé, deveria ser perdoado ao fogo do Inferno. Gil Vicente crítica fortemente o clero, acreditando este ser incapaz de pregar as três coisas mais simples: a paz, a verdade e a fé. · Símbolos que o caracterizam: Uma moça, um broquel, uma espada e um casco debaixo do capelo. · Argumentos de acusação: O Frade é acusado de ter folgado com uma mulher; ser infiel perante a igreja pois era dado aos prazeres do mundo e também é acusado de roubo. · Argumentos de defesa: O Frade usa como defesa o facto de ser da corte; de usar o hábito e de ter rezado os salmos. · Recursos estilísticos: - Perífrase:
“Pêra aquele fogo ardente - Ironia:
“Devoto padre marido, · Percurso cénico do Frade: Cais ® Barca do Inferno ® Barca da Glória ® Barca do Inferno ® Embarca
Cena X · Enforcado: Chega ao batel acreditando ter o perdão garantido pois o seu julgamento terreno e posterior condenação à morte o teriam redimido dos seus pecados, mas é condenado também a ir para o Inferno. · Símbolo que o caracteriza: Corda ao pescoço. · Argumentos de acusação: O enforcado é acusado de ter sido ladrão e de ter sido condenado à morte. · Argumentos de defesa: O enforcado usa como defesa o facto de ter sido condenado à morte e enforcado, segundo ele os que morrem assim são livres de Satanás. · Recursos estilísticos: - Anáfora:
“Disse que era o Limoeiro, - Ironia:
“Entra cá, governarás · Percurso cénico do Enforcado: Cais ® Barca Do Inferno ® Embarca
Conclusão
Ao realizarmos este trabalho ficamos a conhecer um pouco melhor uma das muitas obras escritas por Gil Vicente – “O Auto da Barca do Inferno”. Neste trabalho foram analisadas quatro das cenas que constituem esta peça teatral: cena III: o onzeneiro; cena V: o sapateiro; cena VI: o frade e a cena X: o enforcado. Esta cenas foram analisadas nos seguintes aspectos: os símbolos das personagens que entram em cena, os argumentos de acusação, os argumentos de defesa e os recursos estilísticos presentes. Através desta peça Gil Vicente critica a sociedade portuguesa da sua época, como foi possível observar na análise destas quatro cenas.
Bibliografia
· TEIXEIRA, Maria Ascensão; BETTENCOURT, Maria Assunção; Língua Portuguesa 9 – 9º ano; Texto Editora, Lisboa; 2004. · www.portrasdasletras.com.br Mársio Soares Outros Trabalhos Relacionados
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