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Trabalhos de Português - 12º Ano

Portofólio de Português
Análise do Poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"

Autores: Clara Rodrigues

Escola: Colégio de São Gonçalo - Penafiel

Data de Publicação: 18/06/2008

Resumo do Trabalho: Portofolio de português - Análise do Poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio". Ver o Trabalho Completo

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Portofólio de Português

Análise do Poema

"Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"

Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer nao gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente nao cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-as de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o o'bolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.

 

Reflexão:

1ª Estrofe

· Convite á fruição amorosa serena, uma vez que a vida é breve.

2ª Estrofe

·        Consciência da efemeridade da vida, da impossibilidade de voltar a vive-la, uma vez que o “fado” tudo controla.

3ª Estrofe

· Desenlace amoroso, pois é preciso evitar os grandes desassossegos para evitar a dor.

4ª Estrofe

· È necessário evitar todos os desassossegos que podem trazer a dor.

5ª Estrofe

· Convite á fruição amorosa tranquila, espiritual, evitando os excessos de amor físico.

6ª Estrofe

· Valorização do “carpe diem”, colhendo o “perfume” do momento evitando o conhecimento das coisas.

7 e 8 Estrofes

· Conclusão do poema e justificação para o modelo de vivência amorosa defendido pelo poeta: se um deles morrer antes o outro não terá que sofrer por isso, uma vez que viveram um amor inocente, sem excessos.

 

O sujeito neste poema propõe a Lídia uma relação tranquila, contida, sem envolvimento nem paixão, como única forma de evitar o sofrimento provocado pela separação que a morte de um deles poderia trazer.

No poema, são notórios os conceitos de epicurismo e estoicismo, aqui fundidos: se a vida passa e não se pode evitar a morte, é preciso, por um lado, aproveitar totalmente o presente (epicurismo) e, por outro lado vivê-lo com serena e disciplinada aceitação do destino (estoicismo).

 

 

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