Propriedades
Físicas dos Minerais
Fundamentos
Teóricos
Mineral
é uma
substância natural formada em resultado da interacção de processos
geológicos em ambientes geológicos. Cada mineral é classificado e
denominado não apenas com base na sua composição química, mas também
na estrutura cristalina dos materiais que o compõem. Em resultado
dessa distinção, materiais com a mesma composição química podem
constituir minerais totalmente distintos em resultado de meras
diferenças estruturais na forma como os seus átomos ou moléculas se
arranjam espacialmente (como por exemplo a grafite e o diamante).
Os
minerais
variam na sua composição desde elementos químicos, em estado puro ou
quase puro, e sais simples a silicatos complexos com milhares de
formas conhecidas. Embora em sentido estrito o petróleo, o gás
natural e outros compostos orgânicos formados em ambientes
geológicos sejam minerais, geralmente a maioria dos compostos
orgânicos é excluída. Também são excluídas as substâncias, mesmo que
idênticas em composição e estrutura a algum mineral, produzidas pela
actividade humana (como por exemplos os betões ou os diamantes
artificiais). O estudo dos minerais constitui o objecto da
mineralogia.
Propriedades físicas dos
minerais
As propriedades físicas
dos
minerais resultam da sua composição química e das suas
características estruturais. As propriedades físicas mais óbvias e
mais facilmente comparáveis são as mais utilizadas na identificação
de um mineral. Na maioria das vezes, essas propriedades, e a
utilização de tabelas adequadas, são suficientes para uma correcta
identificação. Quando não, tal não é possível, ou quando um elevado
grau de ambiguidade persiste, como no caso de muitos isomorfos
similares, a identificação é realizada a partir da análise química,
de estudos de óptica ao microscópio petrográfico ou por difracção de
raios X ou de neutrões. São as seguintes as propriedades físicas
macroscópicas, isto é observáveis sem necessidade de equipamento
sofisticado (por vezes designadas, por essa razão, por
propriedades de campo):
-
Cor
— É uma
característica
extremamente importante dos minerais. Pode variar devido a
impurezas existentes em minerais como o quartzo, o corindo, a
fluorite, a calcite e a turmalina, entre outros. Noutros casos,
a superfície do mineral pode estar alterada, não mostrando sua
verdadeira cor. A origem da cor nos minerais está principalmente
ligada à presença de iões metálicos, fenómenos de transferência
de carga e efeitos da radiação ionizante. Eis alguns exemplos:
- Jade — esverdeado;
- Augite — verde-escuro a
preto;
- Cassiterite — verde a
castanho;
- Pirite — amarelo-ouro.
-
Brilho
— O brilho depende da absorção, refracção ou reflexão da luz
pelas superfícies frescas de fractura do mineral (ou as faces
dos seus cristais ou as superfícies de clivagem). O brilho é
avaliado à vista desarmada e descrito em termos comparativos
utilizando um
conjunto de termos padronizados. Os brilhos são em geral
agrupados em: metálico e não metálico ou vulgar.
Diz-se que o brilho é não metálico, ou vulgar,
quando não é semelhante aos dos metais, sendo característico dos
minerais transparentes ou translúcidos. Dentro das grandes
classes atrás apontadas, o brilho de um mineral pode ser
descrito como:
-
Brilhos não
metálicos:
-
Acetinado — brilho
não
metálico
que faz lembrar o brilho do cetim; é característico dos
minerais fibrosos;
-
Adamantino — brilho
não
metálico que, pelas suas características, nomeadamente a
intensidade, se assemelha ao do diamante (são exemplos a
pirargirite e a cerussite;
-
Ceroso — brilho não
metálico
que lembra o da cera (é exemplo a variscite);
-
Nacarado — brilho
não
metálico semelhante ao das pérolas (é exemplo a
caulinite);
-
Resinoso — brilho
não
metálico que lembra o observado nas superfícies de
fractura das resinas (é exemplo a monazite);
-
Vítreo — brilho não
metálico
que lembra o do vidro (são exemplos a fluorite, a halite
e a aragonite);
-
Brilhos
metálicos:
-
Metálico —
brilho
que se assemelha ao dos metais, sendo característico de
minerais opacos como a galena, a calcopirite e a pirite;
-
Submetálico —
brilho
que faz lembrar o dos metais, mas não tão intenso, sendo
característico dos minerais quase opacos como a cromite.
-
Traço ou Risca
— A cor do
traço
de um mineral pode ser observada quando uma louça ou porcelana
branca é riscada. A clorite, a gipsite (gesso) e o talco deixam
um traço branco, enquanto o zircão, a granada e a estaurolite
deixam, comummente, um traço castanho avermelhado. O traço de um
mineral fornece uma importante característica para sua
identificação,
já que permite diferenciar materiais com cores e brilhos
similares.
-
Clivagem
— É a forma
como
muitos minerais se quebram seguindo planos relacionados com a
estrutura molecular interna, paralelos às possíveis faces do
cristal que formariam. A clivagem é descrita em cinco
modalidades: desde pobre, como na bornite; moderada; boa;
perfeita; e proeminente, como nas micas. Os tipos de clivagem
são descritos pelo número e direcção dos planos de clivagem.
-
Fractura
— Refere-se à
maneira
pela qual um mineral se parte, excepto quando ela é controlada
pelas propriedades de clivagem e partição. O estilo de
facturação é um elemento importante na identificação do mineral.
Alguns minerais apresentam estilos de facturação muito
característicos, determinantes na sua identificação.
-
Dureza
— Expressa a
resistência
de um mineral à abrasão ou ao risco. Ela reflecte a força de
ligação dos átomos, iões ou moléculas que formam a estrutura. A
escala de dureza mais frequentemente utilizada, apesar da
variação da dureza nela não ser gradativa ou proporcional, é a
escala de Mohs, que consta dos seguintes minerais de referência
(ordenados por dureza crescente):
-
1 – Talco;
-
2 – Gesso;
-
3 – Calcite;
-
4 – Fluorite;
-
5 – Apatite;
-
6 – Ortoclase;
-
7 – Quartzo;
-
8 – Topázio;
-
9 – Corindo;
-
10– Diamante.
-
Densidade
— É a
medição
directa da densidade mássica, medida pela relação directa entre
a massa e o volume do mineral.
-
Tenacidade
— Mede a coesão de um mineral, ou seja, a resistência a ser
quebrado, dobrado ou esmagado. A tenacidade não reflecte
necessariamente a dureza, antes sendo dela geralmente
independente: o diamante, por exemplo, possui dureza
muito
elevada (é o termo mais alto da escala de Mohs), mas tenacidade
relativamente baixa, já que quebra facilmente se submetido a um
impacto. A tenacidade dos minerais é expressa em termos
qualitativos, utilizando uma linguagem padronizada:
-
Quebradiço – o mineral
parte-se ou é pulverizado com
facilidade;
-
Maleável – o mineral,
por impacto, pode ser transformado em
lâminas;
-
Séctil – o mineral pode
ser cortado por uma lâmina de aço;
-
Dúctil – o mineral pode
ser estirado para formar fios;
-
Flexível – o mineral
pode ser curvado sem, no entanto, voltar à sua forma
original;
-
Elástico – o mineral
pode
ser
curvado, voltando à sua forma original quando o forçamento
cessa.
-
Magnetismo
— Ocorre nos
poucos
minerais que devido à sua natureza ferromagnética são atraídos
por um íman. Os exemplos mais comuns
são a
magnetite, a pirrotite e outros com elevado teor de metais que
podem ser magnetizados após aquecimento, como o manganês, o
níquel e o titânio.
-
Peso específico
— É a
relação do
peso de um mineral quando comparado com o peso de igual volume
de água. Para isto, o mineral deve ser pesado imerso em água e
ao ar. O processo utiliza a balança de Jolly, aplicando a
seguinte fórmula:

onde b é o
peso
do mineral fora da água; a a referência inicial da balança ou
calibragem em zero; e C o
peso do mineral dentro da água. Assim, por exemplo, se um mineral
tem densidade 3,0 determinada pelo processo descrito, tal significa
que ele pesa três vezes mais que igual volume de água.
-
Sistema cristalino —
A forma do cristal é muito importante na identificação do
mineral, pois ela reflecte a organização cristalina da estrutura
dos minerais e dá boas indicações sobre o sistema de
cristalização do mineral. Algumas vezes o cristal é tão
simétrico e perfeito nas suas faces que coloca em dúvida a sua
origem natural. Porém, os cristais perfeitos são muito raros,
pelo que a maioria dos cristais apenas desenvolve algumas de
suas faces.
Material e
Métodos
Material:
- Quartzo com diferentes
colorações;
- Pirite;
- Malaquite;
- Gesso fibroso e hialino;
- Calcite;
- Hematite.
- Placa de vidro
- Faca
- Martelo Geólogo
Procedimento:
1) Observe as cores dos
diferentes minerais e agrupe-os de acordo com o seguinte critério:
- Minerais que
apresentam sempre a mesma cor (idiocromáticos)
- Minerais de cor
variável (alocromáticos)
2) Friccione cada uma das
amostras numa placa de porcelana fosca. Registe a cor do pó do traço
(risca) que fica sobre a porcelana.
3) Faça os registos que achar
convenientes.
4) No sentido de sistematizar e
integrar as observações que efectuou, organize uma tabela de dupla
entrada adequada ao trabalho realizado.
Resultados
|
Pirite |
Hematite |
Gesso |
Calcites |
Quartzos |
Malaquite |
Hialino |
Fibroso |
Cor |
Amarelo Latão(idiocromático) |
Cinza Escuro(idiocromático) |
Incolor |
Branco |
Branco e amarelado(alocromático) |
Branco, rosa, preto, transparente(alocromático) |
Verde(idiocromático) |
Brilho |
Metálico |
Sub metálico |
Não metálico(vítreo) |
Não metálico |
Não Metálico(vítreo) |
Não Metálico(vítreo, sedoso e gorduroso) |
Sub metálico |
Risca |
Preta |
Vermelho Escuro |
Branca |
Branca |
Branca |
Branca |
Verde-claro |
Dureza |
6.5 |
6 |
2 |
2 |
3 |
7 |
4 |
Clivagem |
Clivagem Imperfeita |
Fractura |
Clivagem Perfeita |
Clivagem Perfeita |
Clivagem(romboedros) |
Fractura |
Clivagem |
Chave Dicotómica:
1 |
Brilho Metálico
Brilho Sub Metálico
Brilho Não Metálico |
PIRITE
2
3 |
2 |
Cor Cinza
Cor Verde |
HEMATITE
MALAQUITE |
3 |
Fractura
Clivagem
|
QUARTZO
4 |
4 |
Dureza nível 2
Dureza nível 3
|
GESSO HIALINO E
FIBROSO
CALCITE |
Nesta actividade experimental
procurou-se classificar alguns minerais em estudo. Para tal foi
feito o levantamento de várias características tais como a risca, a
cor, o brilho, a dureza e a clivagem. Observaram-se alguns minerais
com propriedades ópticas iguais ou semelhantes mas com propriedades
mecânicas bastante diferentes. Por exemplo: os quartzos, as calcites
e os gessos têm risca igual, cores dentro das mesmas tonalidades,
brilho não metálico (embora que diferente), mas possuem durezas
muito diferentes, tendo o Quartzo dureza 7 e os Gessos dureza 2.
Pôde observar-se também que há minerais que se apresentam sempre na
mesma cor (idiocromáticos) e outros que variam muito na sua cor
dependendo da composição (alocromáticos). Por vezes a risca nada tem
que ver com a cor do mineral, como por exemplo a hematite que tem
cor cinza escuro e faz uma risca vermelha. Sem certezas de relação,
os dados indicam que os minerais mais duros de um modo geral
apresentam fractura e não clivagem.
Conclusão
Com esta actividade pode
concluir-se que há inúmeros minerais com características muito
diferentes. Como tudo na vida, os minerais carecem duma organização
pormenorizada para estarem todos bem classificados no seu grupo.
Para isso há uma série de propriedades físicas que nos ajudam a
efectuar essa organização. Estudámos apenas a cor, risca, brilho,
dureza, clivagem e fractura mas foram suficientes para nos
apercebermos dos minerais que tínhamos diante de nós. Para a cor
podem ser classificados em idiocromáticos ou alocromáticos, de
acordo com o número de cores que um mineral pode apresentar. Quanto
ao brilho podem ser agrupados em brilho metálico, sub metálico e não
metálico, tendo este último grupo uma grande variedade de sub tipos
de brilho. Em relação à dureza, com a ajuda da Escala de Mohs e de
alguns objectos, podemos verificar e ordenar os minerais por grau de
dureza. Quanto se desfere uma pancada num mineral há dois tipos de
separação das partículas: clivagem segundo planos de clivagem e
fractura ao acaso.
Em conclusão, os minerais podem
ser parecidos exteriormente mas serem bem diferentes interiormente,
e o oposto também se verifica. Para classificar minerais é
necessário um estudo preciso e rigoroso para que, por exemplo, não
aconteçam erros graves ao nível da construção civil nos dias de
hoje. Quanto mais elevado for o conhecimento acerca dos minerais,
mais e melhor se pode fazer pelo nosso Planeta.
Anexos

Bibliografia
- www.google.pt
- www.wikipedia.com
- www.educacional.br
- www.geocities.com
- www.triplov.com
- Diciopédia 2004 – Porto
Editora
- “Terra, Universo de Vida” –
2ª Parte - Geologia
José Castela |