Nome completo: Fernando António Nogueira Pessoa Nascimento: Lisboa, 13 de Junho de 1888 Morte: Lisboa, 30 de Novembro de 1935 Formação /Educação: Poeta, escritor e tradutor Atividades profissionais desenvolvidas: Correspondente comercial e Tradutor Primeiros anos em Lisboa Com 6 anos, surge o primeiro heterónimo de Fernando Pessoa, Chevalier de Pas, facto relatado numa carta de 1935, em que fala extensamente sobre a origem dos heterónimos. Neste mesmo ano escreve o primeiro poema, um verso curto com a infantil epígrafe de À Minha Querida Mamã. Juventude Faz a primária na escola de freiras irlandesas da West Street. Em 1899 ingressa no Liceu de Durban(Africa do Sul), onde permanece durante três anos. No mesmo ano, cria o pseudónimo Alexander Search. No ano de 1901, é aprovado com distinção no primeiro exame Cape School High Examination e escreve os primeiros poemas em inglês. Recebe o Prémio Rainha Vitória. Escreve poesia e prosa em inglês, surgindo os heterónimos Charles Robert Anon e H. M. F. Lecher. Publica no jornal do liceu um ensaio crítico intitulado Macaulay. Encerra os seus estudos na África do Sul com o «Intermediate Examination in Arts», na Universidade, obtendo uma boa classificação. Volta definitiva a Portugal Em 1905 regressa sozinho a Portugal, deixando a família em Durban. Continua a produção de poemas em inglês. Em 1906, matricula-se no Curso Superior de Letras, que abandona sem sequer completar o primeiro ano. Nesta época entra em contato com importantes escritores portugueses. Interessa-se pela obra de Cesário Verde e pelos sermões do Padre António Vieira. A partir de 1908, dedica-se à tradução de correspondência comercial. Nessa atividade trabalha a vida toda, tendo uma modesta vida pública. São publicados em 1912 pela revista A Águia o artigo «A Nova Poesia Portuguesa Sociologicamente Considerada», a que se seguiriam «Reincidindo…» e «A Nova Poesia Portuguesa no Seu Aspeto Psicológico». Frequenta a tertúlia literária que se formou em torno do seu tio adotivo, o poeta, general aposentado Henrique Rosa, no Café A Brasileira, no Largo do Chiado em Lisboa. Nos anos vinte, o seu café preferido é o Martinho da Arcada, na Praça do Comércio, onde escrevia e se encontrava com amigos e escritores Em 1915 participa na revista literária Orpheu, a qual lança o movimento modernista causando escândalo e controvérsia. A revista publica apenas dois números, nos quais Pessoa publica em seu nome, bem como com o heterónimo Álvaro de Campos. No segundo número, Pessoa assume a direção da revista, juntamente com Mário de Sá-Carneiro. Em 1924, juntamente com o artista plástico Ruy Vaz, lança a revista Athena, na qual fixou o «drama em gente» dos seus heterónimos Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro, assim como o ortónimo Fernando Pessoa. Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa traduziu várias obras inglesas para português e obras portuguesas (nomeadamente de António Botto e Almada Negreiros )para inglês e Shakespeare e Edgar Poe para português. A escultura de Fernando Pessoa em Estremoz esculpida em mármore branco, aponta para a personalidade complexa e heteronica do poeta. Na cabeça três patamares de categorias isotéricas: Laço: aprendiz; Bigode: companheiro que fala e faz perguntas; Chapéu: mestre que pensa e ensina os anteriores; Na mão esquerda o poeta segura a Mensagem. Esta continua por um prolongamento da aba da gabardina, sugerindo a ideia ao vento do Quinto Império. A carta astral de Fernando Pessoa Pessoa não dava um passo sem consultar os astros. Especialista na matéria, elaborou o seu mapa do céu e o de muitos outros. Foram horas de cálculos matemáticos e interpretações detalhadas. Eis a sua vida ditada pela astrologia. Heterónimos Como poeta, escreveu sob múltiplas personalidades conhecidas como heterónimos, objeto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra. . Álvaro de Campos . Ricardo Reis . Alberto Caeiro Horóscopo Com interesses no oculto e uma reflexão profunda sobre os limites da existência, Pessoa cria para os seus heterónimos uma biografia e até um horóscopo próprios. Encontram-se ligados a alguns dos problemas centrais da sua obra: a unidade ou a pluralidade do eu, a sinceridade, a noção de realidade e a estranheza da existência. Álvaro de Campos Nasceu em 1890, e viveu em Lisboa. Dedicou-se à literatura, intervindo em polémicas literárias e políticas. É da sua autoria o «Ultimatum», publicado no Portugal Futurista, contra os literatos instalados da época; Protótipo do vanguardismo modernista, é o cantor da energia bruta e da velocidade, da vertigem agressiva do progresso, evoluindo depois no sentido de um tédio, de um desencanto e de um cansaço da vida, progressivos e auto-irónicos. Ricardo Reis Nasceu em 1887, foi médico, não exercendo no entanto a profissão. De convicções monárquicas, emigrou para o Brasil após a Implantação da República. Pagão intelectual, lúcido e consciente, reflecte uma moral epicurista, misto de altivez resignada e gozo dos prazeres que o não comprometam na sua liberdade interior, e que é a resposta possível do homem à dureza ou ao desprezo dos deuses, à efemeridade da vida. Ricardo Caeiro Nasceu em 1885, sem profissão e pouco instruído, vivendo numa quinta ribatejana, apresentava uma visão instintiva e ingénua da natureza, procurando viver a exterioridade das sensações e recusando a metafísica, que reduz os seres ao vazio dos conceitos. __________________________________ Outros Trabalhos Relacionados | Ainda não existem outros trabalhos relacionados | |