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Trabalhos de Português - 12º Ano

 

O Mostrengo vs Adamastor

Autores: Henrique Silva

Escola: [Escola não identificada]

Data de Publicação: 29/06/2011

Resumo do Trabalho: Trabalho que faz a comparação entre o excerto dos "Lusiadas" sobre o mostrengo e o excerto da "Mensagem" sobre o adamastor, realizado no âmbito da disciplina de Português (12º ano). Ver Trabalho Completo

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O Mostrengo vs Adamastor

“ O Mostrengo”

O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: "Quem é quem ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?"
E o homem do leme disse, tremendo:
"El-Rei D. João Segundo!"

 

"De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?"
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso.
"Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?"
E o homem do leme tremeu, e disse:
"El-Rei D. João Segundo!"

 

Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
"Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um Povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!"

Contextualização histórica

O poema retrata o medo (o “mostrengo”) que os portugueses encontraram durante a viagem à Índia. Medo este que se traduzia na passagem do “Cabo das Tormentas” e como nunca ninguém o tinha ultrapassado originou-se um mito. Este mito fazia referência há existência de um ser desconhecido, terrível, temível, horrendo, perigoso… que impedia os barcos de dobrar o “Cabo das Tormentas”. Apesar disto os portugueses tiveram de ultrapassar este medo, para agradar a D. João II, porque D. João II não tolerava falhas.  

Título “O Mostrengo”

O Mostrengo representa o símbolo dos obstáculos, dos perigos e dos medos que os portugueses tiveram que enfrentar para realizar o seu sonho: revoltado por alguém usurpar os seus domínios, “O Mostrengo” é uma alegoria do medo, que tenta impedir os portugueses de completarem o seu destino (“Quem é que ousou entrar/Nas minhas cavernas que não desvendo,/Meus tectos negros do fim do mundo?”)

Fernando pessoa escolheu este título, porque este título é referente ao medo do desconhecido durante a passagem do “Cabo das Tormentas”.

Monstro + sufixo de valor pejorativo (mulherengo).

Significa portanto uma pessoa muito feia; desajeitada; inútil; um estafermo.

Conteúdo

O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;

Além do horizonte situava-se o desconhecido, citação esta que provocava terror nos navegadores portugueses.
E à medida que anoitecia a visão diminuía e o medo aumentava.

 

À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,

Representa a tempestade que decorria durante a viagem e as dificuldades que esta deriva na navegação da nau.

 

E disse: "Quem é quem ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?”

Faz referência a um local desconhecido nunca antes visto, daí ser impossível de desvendá-lo. 
Indica a linha do horizonte, que antigamente se pensava que não havia mais nada além desta

 

E o homem do leme disse, tremendo:

Tremendo com medo do desconhecido.

 

"El-Rei D. João Segundo!"

Funciona como refrão, e indica a vontade de agradar ao rei, mas também funciona como “coro” representando uma vontade divina.

 

"De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?"

Desassossego do mostrengo ao ver as naus, aumenta o medo dos portugueses. 

 

Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso.

Descrição abstracta da “tempestade”.

 

"Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?”

O mostrengo está a dizer que é o único que pode “navegar” naqueles mares desconhecidos.

 

E o homem do leme tremeu, e disse:

Medo menos intenso, por parte do homem do leme.

 

"El-Rei D. João Segundo!"

Funciona como refrão, e indica a vontade de agradar ao rei, mas também funciona como “coro” representando uma vontade divina.

 

Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,

Representa o medo sentido pelo homem do leme ao longo da viagem.

 

E disse no fim de tremer três vezes:

Mudança de atitude perante o medo.

 

"Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um Povo que quer o mar que é teu;

O homem do leme representa o povo português sendo ele apenas um condutor da vontade de todos.

 

E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,

Por muito medo que o homem do leme tenha sentido naquele que era considerado fim do mundo, a vontade que ele tinha de agradar a D. João II era tão grande que ele tinha de ser capaz de superar o seu medo.

 

De El-Rei D. João Segundo!"

Funciona como refrão, e indica a vontade de agradar ao rei, mas também funciona como “coro” representando uma vontade divina.

Símbolos

O Mostrengo: Simboliza o desconhecido, as lendas do Mar, os obstáculos e os medos dos navegadores portugueses.

O homem do leme: Alegoria do povo português; representa o patriotismo e a vontade de Portugal em evoluir e alcançar um objectivo.

O leme: Símbolo de responsabilidade; significa autoridade suprema e a prudência.

Estrutura Interna

Integra-se na segunda parte da Mensagem – Mar Português - onde o poeta enaltece os marinheiros excelentes que ousaram enfrentar o mar desconhecido, dominando o próprio medo, sublimando a Pátria-mãe pela realização de uma epopeia de carácter universal.

A epígrafe nesta segunda parte é Possessio maris,  o que significa a posse dos mares.

Estrutura Externa

. Três estrofes com nove versos cada uma (nonas)

. Alternância rimas ricas e rimas pobres

. Esquema rimático: AABAACDCD

. Irregularidade métrica

. Apresenta um refrão: "El-Rei D. João Segundo ! à Hexassilábico

. Ritmo crescente (cresce à medida que o homem do Leme “cresce” em coragem.

Recursos Estilísticos

“Mas minhas cavernas que não desvendo,

Meus tectos negros do fim do mundo?”

Metáfora: Transposição do significado de uma palavra para outro campo semântico em que inicialmente não se inseria

 

"De quem são as velas onde me roço?

De quem as quilhas que vejo e ouço?"

Anáfora: É a repetição no início de versos duma palavra ou grupos de palavras.

Coordenação

Subordinação

“ Adamastor”

“Pois vens ver os segredos escondidos

Da natureza e do húmido elemento,

A nenhum grande humano concedidos

De nobre ou de imortal merecimento,

Ouve os danos de mi que apercebidos

Estão a teu sobejo atrevimento,

Por todo o largo mar e pola terra

Que inda hás-de sojugar com dura guerra.”

 

“Sabe que quantas naus esta viagem

Que tu fazes, fizerem, de atrevidas,

Inimiga terão esta paragem,

Com ventos e tormentas desmedidas;

E da primeira armada que passagem

Fizer por estas ondas insofridas,

Eu farei de improviso tal castigo

Que seja mor o dano que o perigo!”

Estrutura Interna

. Situa-se no Plano da Viagem de “Os Lusíadas”

. Pertence á Narração: Vasco da Gama relata a Viagem ao Rei de Melinde

Estrutura Externa

. Canto V

. Estâncias 42 e 43

. Versos decassílábicos

. Estrofes com oito versos

. Esquema rimático: ABABABC

O Mostrengo  vs Adamastor

Sobre os perigos do mar, Pessoa e Camões imaginam duas figuras que representam a mesma essência perigosa de toda a aventura, do desejo de partir…

O Mostrengo

Figura ameaçadora e agressiva,

sem traços de humanidade  

     

O aumento da coragem do homem do

leme, leva ao desaparecimento do

Mostrengo o que permite a passagem das

Naus.

Adamastor

Monstro dotado da capacidade de amar.

É a palavra de Vasco da Gama e o amor

que  nos libertam do Adamastor.

                      

Ao recordar o desgosto de amor que lhe

causara a bela Tétis, o Adamastor

desaparece e dá passagem para o Oriente.

Conclusão:


 

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