Trabalhos de Estudantes  

Trabalhos de Português - 11º Ano

 

Ficha do trabalho:

Recreação de Texto: Fome no Mundo

Autores: Diana Pais

Escola: Escola Secundária Alves Martins - Viseu

Data de Publicação: 20/12/2007

Resumo do Trabalho: Recreação de um texto sobre a Fome no Mundo, realizado no âmbito da disciplina de Português (11º ano). Ver Trab. Completo

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Recreação de Texto: Fome no Mundo

Título: Milhares marcharam contra a fome no mundo
Jornal de Noticias

Tanzânia, Gana, Zambia, Zimbabwe, Uganda, Senegal, são apenas pequenas manchas nas quais se assiste ao flagelo da fome e da desnutrição.

Podemos pensar, de uma forma egoísta, que é apenas um mal, uma doença incurável e não há nada a fazer. Ou que talvez um dia, um iluminado, se encha de coragem e argumentos e crie um antibiótico que erradique esta doença que afecta a humanidade. Seria mais fácil desta forma, e quanto mais depressa melhor, pois não teríamos de enfrentar a nossa consciência que dolorosamente nos castiga e nos assola com pensamentos de culpa, quando simplesmente se lê: “...milhões de pessoas morrem de fome todos os anos…” “…bastam 30 euros para que uma criança seja alimentada e educada...”, Isto significa, para sublinhar, que apenas com três participantes com 10 euros cada um se educa e alimenta uma criança!

Fechamos os olhos, encolhemos os ombros, viramos a página quando nos deparamos com tais acusações a nós mesmos. Sorrimos para quem está ao nosso lado, dizemos que é triste e que sentimos pena por não fazerem nada, chamamos de imbecis os que pouco fazem, mas secalhar quem não faz somos nós próprios.

Dizemos que é um problema do estado… Enfim, esvaziamos a mente para que não nos dilacere com a nossa culpa.

Todos os dias se vêem as estrelas, pelo menos sabemos que estão lá,  e sorrimos, contemplamos essa beleza de contornos indefinidos, infinitos… São milhares de milhões que brilham incessantemente, são muitas mesmo. E cada uma esconde uma história semelhante de vida e de morte. Sim, morte, claro. Mas não a mesma que o destino deu para as crianças que sucumbem diariamente, vítimas de fome, tolhidas pelo desespero, desamparadas, abandonadas à sua sorte, condenadas a viver sem brilho nos olhos, sem sorriso nos lábios, sem desejo de olhar para cima e descobrir a beleza que se lhes depara. Estas crianças inocentes que querem apenas uma oportunidade para serem iguais a tantas outras. Não são a doença, são sim vítimas de uma doença à escala mundial, que tem cura, mas que não se cura por “nossa” causa. Uma causa, culpa, que pode ser adjectivada pelo egoísmo de cada um de nós e dos interesses economicistas que divagam o mundo, e que se mascaram… e mascaram a sua responsabilidade de forma hilariante, pois apenas agem para silenciar os alguns e fortes revoltosos que crepitam à sua volta desses poderosos, tentando manter viva a chama da esperança para aqueles que nasceram sem ela…

São apenas palavras escritas, talvez o melhor fosse apagá-las desta folha de papel, pois não têm força para mudar nada... Ou daí talvez não…

Lembrei-me de largar esta folha ao vento. Deixá-la percorrer o mundo, para que cada um de nós a pudesse ler, sentir, tocá-la num acto simbólico que vincasse a vontade de mudar o corrente ao rio que carrega as lágrimas de tantas crianças em desespero. Talvez assim, mesmo amarrotada, envelhecida, vincada pela minha compaixão, marcada com a minha revolta, esta folha possa um dia chegar às mãos de um desses intitulados Senhores do poder mundial, para que esta marcha não seja apenas uma estrela a brilhar só para alguns…

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