Início » Trab. Estudantes » Português » 11º Ano

Trabalhos de Estudantes

Trabalhos de Português - 11º Ano

 

Projeto de leitura: João de Deus

Autores: Alex Reis

Escola: Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas

Data de Publicação: 20/06/2012

Resumo do Trabalho: Projecto individual de leitura sobre João de Deus de Nogueira Ramos, realizado no âmbito da disciplina de Português (11º ano).

Ver Trabalho Completo

Comentar este trabalho / Ler outros comentários

Se tens trabalhos com boas classificações, envia-nos, de preferência em word através do Formulário de Envio de Trabalhos pois só assim o nosso site poderá crescer.

 

 

 

Projeto de leitura: João de Deus

Introdução

Neste trabalho proponho-me a visar os pontos mais importantes em relação ao poeta João de Deus, de forma sucinta e dum ponto de vista geral para que o trabalho não seja cansativo.

Apesar de a informação empregada ser um aglomerado de compartilhação de arquivos, a produção textual é pessoal.

Proponho-me portanto a partilhar informações que estão ao alcance de qualquer um e de certa forma a resumir essas informações apenas focando os pontos essenciais para que a sua interiorização seja um tanto facilitada.

4- Poeta João de Deus

João de Deus

Perfil Biográfico

João de Deus de Nogueira Ramos nasceu a 8 de Março de 1830 em Bartolomeu de Messines, uma vila em Silves. Era filho de um mercador local, cujo gastava dinheiro nos filhos, até mais do que podia. Devido a razões económicas teve de estudar num seminário até 1850, data em que entrou para a universidade de Coimbra como estudante de direito. Após nove anos da sua entrada, nos quais reprovou algumas vezes, formou-se. Mas a sua intelectualidade foi reconhecido desde o inicio, o poeta mais focado nas belas artes logo mostrou os seus dotes líricos, em 1855 a “Revista Académica” publicou a primeira obra do poeta. No período de tempo que frequentou a universidade escrevia para poder subsistir, contudo redigir não era o suficiente e porque os seus rendimentos familiares eram poucos e o seu insucesso académico continuava, o poeta chegou quase a viver em pobreza extrema, facto que contribuiu para a melancolia deste. Para o ajudarem, os seus companheiros de estudo reuniram as suas poesias, estas vieram a ser publicadas na imprensa coimbrã da época. A sua reputação veio a engrandecer e em 1858 foi alvo de um elogioso artigo publicado no instituto de Coimbra. Em 1859 após ter concluído o curso, o poeta escolhe permanecer no distrito exercendo um pouco de advocacia, mas continuando a escrever, agora poesia de carácter satírico.

Numa das suas tertúlias, o poeta decidiu candidatar-se ao cargo de deputado das Cortes como forma de receber bons valores monetários, e após um desempate João de Deus sai vitorioso contudo neste cargo esteve sempre muito ausente. Em 1868, pouco depois da sua eleição parlamentar, casa com Guilhermina das Mercês Battaglia, uma senhora de boas famílias, ganhando estabilidade na sua vida pessoal. Deste casamento nasceram Maria Isabel Battaglia Ramos e José do Espírito Santo Battaglia Ramos. Com o casamento e a passagem pelas Cortes, reflectindo uma maior disponibilidade para a literatura, inicia a publicação sistemática da sua obra poética e dramática. Logo nesse ano publica a colectânea “Flores do campo”, a que se segue, em 1869, uma pequena recolha de catorze poemas intitulada “Ramo de flores”, considerada a sua melhor obra poética.

Entretanto em 1876, João de Deus envolveu-se nas campanhas de alfabetização, escrevendo a Cartilha Maternal, um novo método de ensino da leitura, que o haveria de distinguir como educador.

A difusão do método da Cartilha Maternal foi seguida de um verdadeiro fenómeno de culto pela figura do poeta, tornando-o num dos portugueses mais populares do século XIX. Nesse encadeamento, em 1895 foi organizado um grande tributo nacional ao poeta, alegadamente feita pelos estudantes de Coimbra. Durante a homenagem, o rei D. Carlos impôs-lhe a grã-cruz da Ordem de Santiago da Espada. Apesar da fama, o método da Cartilha Maternal tinha adversários e pouco depois da sua homenagem nacional, o Ministério do Reino decidiu mandar retirar das salas de aula os quadros da Cartilha. Posteriormente a esta polémica decisão, João de Deus caiu doente com uma enfermidade cardíaca. O filho mais ilustre de São Bartolomeu de Messines veio a falecer, aos 65 anos, no dia 11 de Janeiro de 1896. Foi considerado o poeta do amor.

 5- Poeta João de Deus

6- Imagens da <Cartilha Maternal>

Perfil Literário Bibliografico

Na literatura da sua época, João de Deus ocupou uma posição singular e destacada. Porque viveu nos finais do ultra-romantismo, aproximou-se da tradição folclórica de forma mais conseguida que qualquer outro escritor romântico português. A sua poesia distinguiu-se, sobretudo, pela grande riqueza musical e rítmica.

Grande parte da sua obra poética está presente em “Flores do Campo” publicada em 1868, “Folhas Soltas” (1876), e “Campos de Flores” (1893). Foi, ainda, autor de fábulas e de obras destinadas ao teatro, estas na maior parte dos casos são traduções e adaptações de autores estrangeiros. Grande parte da sua produção em prosa foi reunida na colectânea “Prosas”.

Mas a sua obra mais importante viria a ser a Cartilha Maternal, um método destinado a ajudar a aprendizagem da leitura a criança, que ainda hoje mantém seguidores. Para além das obras mencionadas, deixou um Dicionário Prosódico de Português e Brasileiro (1870) e as obras poéticas “Ramo de Flores” (1869) e “Despedidas de Verão” (1880). Algumas composições em prosa que se encontravam dispersas e parte importante da sua correspondência foram editadas posteriormente por Teófilo Braga 1898. Colaborou também na publicação periódica “A Comédia Portuguesa”(1888).

Surgido para a Poesia numa época em que o ultra-romantismo começava a desacreditar-se, João de Deus pouco se impõe como lírico excepcional pela atitude do sentimento, a sinceridade na inspiração e a naturalidade da linguagem.

João de Deus é juntamente poeta invocativo (do amor ainda irrealizado - nas cançonetas, odes, canções e idílios) e evocativo (do amor já irrealizável - nas elegias), e daí o constante emprego dos verbos no modo conjuntivo nos tempos, pretérito imperfeito e no mais-que-perfeito. Tudo isto é, por outro lado, conseguido através de um vocabulário relativamente pobre e de um estilo figurado monótono e repetido. O que particularmente contrasta com a extrema variedade métrica e a abundância de esquemas estróficos que dispõe.

Como poeta satírico e epigramático, João de Deus escassamente se ergue do particularismo da anedota; e só uma certa sinceridade o salva de cair por vezes nas piores vulgaridades. Já como fabulista é ele muito mais afortunado, e talvez o nosso melhor poeta do género, pelo hábil emprego de alguns recursos estilísticos (aliterações, onomatopeias, etc.) as suas fábulas têm uma vivacidade descritiva e, num ou noutro caso, uma impressionante intensidade dramática.

Acróstico

Jubila com a trabalheira,

Ostentou com orgulho sua bandeira,

Alma de poeta,

Olhos de profeta.

 

Defensor do Romantismo,

Escreveu com altruísmo.

 

Digno de ficar na memória,

E´ marco na história,

Uniforme e sincero,

Serve de exemplo efémero.

Poemas Escolhidos

Paixão:

Supõe que de uma praia, rocha ou monte,
Com essa vista embaciada e turva
Que dá aos olhos entranhável dor,
Tinhas podido ver transpor a curva
Pouco a pouco do líquido horizonte
A barca saudosa que levasse
Aquele a quem primeiro uniste a face
                E o teu primeiro amor!
Depois, que toda mágoa e saudade,
Da mesma rocha ou alcantil deserto,
Olhando avidamente para o mar...
Vias na solitária imensidade
Vagas ficções de um pensamento incerto
Surgir das ondas, desfazer-se em espuma,
Não alvejando nunca vela alguma...
                E sempre a suspirar!
Até que à luz de uma intuição sublime
De alma arrancavas o gemido extremo
De saudade, desespero e dor!...
Pois é assim que eu sofro, assim que eu gemo,

Que nuvem negra o coração me oprime,
Nuvem de mágoa, nuvem de ciúme,
Em te não vendo à hora do costume...
                Meu anjo e meu amor!

“Campo de Flores”

Sempre!

Pensas que te não vejo a ti? Bom era!
Gravei tão vivamente n'alma a doce
E bela imagem tua, que eu quisera
Deixar de contemplar-te, só que fosse
Um momento, e não posso, não consigo!
Foges-me, escondes-te e que importa? Esculpes
Mais fundo ainda os indeléveis traços!
Realça-te o retrato! E não me culpes!
Culpa-te antes a ti!.. Sigo-te os passos!..
Vejo-te sempre! Trago-te comigo!
“Ramo de Flores"

Análise dos Poemas

Paixão

Tema: Amor

A estrutura métrica desde poema é incerta pois no romantismo a liberdade do poeta era algo típico por isso é irregular.

Neste poema vemos o sujeito poético a exprimir a sua mágoa, a sua dor.

Na primeira estrofe ele fala do primeiro dia em que a viu, descreve o lugar e diz também que foi amor à primeira vista.

Na segunda estrofe fala do dia em que a perdeu e conta como isso lhe custou.

Trabalhos de Autoria Própria

Poemas

Tema: Amor;

Titulo: Viver para amar

Várias formas e feitios tem o amor.

A vida é curta, mas natural.

O destino é incerto, mas também a dor,

Pois o sentido da vida passa por encontrar o tal.

Receio de viver,

Receio de perder,

O amor, por vezes, perdura,

Contudo, noutras, a realidade é dura.

Nós não podemos vencer a morte,

Mas podemos vencê-la na vida (por vezes),

Tirar proveito até ao fim da corrida.

É se então uma pessoa mais forte!

(O poema que se segue é uma prestação de admiração pelo Poeta)

Titulo: João de Deus

O seu génio foi sobrevalorizado,

A sua literacia também,

O seu sucesso foi amargurado.

A sua paixão foi escrever.

E sem a caneta tremer,

Faz a poesia florescer,

Culto e talentoso,

Deus é o seu apelido,

Foi um homem grandioso,

Mas também mal compreendido.

Sofreu na vida.

Mas nunca parou.

Até a morte o apanhar,

Depois repousou.

Glossário

(Página 7) Prosódia - é o estudo do ritmo, entonação e muitos atributos correspondentes à fala.

Teófilo Braga - 2º Presidente de Portugal foi o substituto, designado para terminar o mandato de Manuel de Arriaga, o 1º Presidente.

Odes - é uma composição poética que surgiu na Grécia Antiga, e era cantada e acompanhada pela lira.

Idílio - dá-se o nome de idílio a qualquer poema lírico de tema campestre ou pastoril.

Elegias - na literatura é uma poesia triste, melancólica ou condescendente, particularmente feita como música para funeral.

Epigramático - é uma breve produção poética que expressa um único pensamento, principal e festivo.

Bibliografia

. http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_de_Deus_de_Nogueira_Ramos;

. http://www.google.pt/search?tbm=isch&hl=pt- ;

. http://auladeliteraturaportuguesa.blogspot.com/2009/11/joao-de-deus.html;

. http://www.google.pt/search?pq=joao+de+deus+perfil+literario&hl=pt-;

Conclusão

A poesia lírica de João de Deus inspira-nos pela sua simplicidade e serenidade. É um dos últimos momentos significativos do romantismo em Portugal.

João de Deus Nogueira Ramos, foi subindo na vida com sacrifico mas foi e será alguém sempre a recordar.

Interessado pelos problemas educacionais, João de Deus escreveu um guia de alfabetização e foi uma inspiração para os jovens poetas.

Amplamente reconhecido, só em 1893 quando publicou Campo de Flores. É com mérito próprio que merece o prestígio de ser homenageado.

E com esta síntese de ideias concluo o meu projeto individual de leitura.

 

Outros Trabalhos Relacionados

Ainda não existem outros trabalhos relacionados

Início » Trab. Estudantes » Português » 11º Ano