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Trabalhos de Estudantes Trabalhos de Português - 11º Ano |
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Destino (Almeida Garret) Autores: Maria Pina Escola: [Escola não identificada] Data de Publicação: 04/06/2011 Resumo do Trabalho: Trabalho que procura explicar o poema "Destino" do livro "Folhas Caídas" de Almeida Garret, realizado no âmbito da disciplina de Português (11º ano). Ver Trabalho Completo Comentar este trabalho / Ler outros comentários Se tens trabalhos com boas classificações, envia-nos, de preferência em word para notapositiva@sapo.pt pois só assim o nosso site poderá crescer.
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DESTINO Quem disse à estrela o caminho Que ela há-de seguir no céu? A fabricar o seu ninho Como é que a ave aprendeu? Quem diz à planta «Florece!» E ao mudo verme que tece Sua mortalha de seda Os fios quem lhos enreda?
Ensinou alguém à abelha Que no prado anda a zumbir Se à flor branca ou à vermelha O seu mel há-de ir pedir? Que eras tu meu ser, querida, Teus olhos a minha vida, Teu amor todo o meu bem...
Ai!, não mo disse ninguém. Como a abelha corre ao prado, Como no céu gira a estrela, Como a todo o ente o seu fado Por instinto se revela, Eu no teu seio divino. Vim cumprir o meu destino... Vim, que em ti só sei viver, Só por ti posso morrer. EXPLICAÇÃO DO POEMA “DESTINO” DO LIVRO “FOLHAS CAÍDAS” DE ALMEIDA GARRET A nível de estrutura externa do poema, Almeida Garrett opta por três estrofes de oito versos (oitava) e usa, relativamente ao esquema rimático, a rima cruzada (ABAB) nos primeiros quatro versos de cada estrofe e a rima emparelhada (AABB) nos dois últimos versos de cada estrofe. A rima é também rica e atoante. Quanto ao esquema métrico o poema é composto por redondilhas maiores (7 sílabas métricas), por octossílabos (8 sílabas métricas) e o último de todos os versos é hexassilábico (6 sílabas). A nível da estrutura interna, este poema está dividido em duas partes. A primeira parte, contém a primeira e a segunda estrofes, onde o poeta se interroga sobre quem ensina os seres da Natureza a cumprirem o seu papel. Na segunda parte, que contém a terceira estrofe, o sujeito poético, também, como os outros seres, cumpre o seu destino, que neste caso é o de amar a sua amada. Durante todo o desenrolar do poema, são referidos alguns elementos da Natureza que cumprem as suas tarefas: a estrela segue o seu caminho no céu; a ave faz o seu ninho; a planta floresce; o verme tece o seu casulo (mortalha de seda) e a abelha recolhe o pólen da flor para fazer o seu mel. O sujeito poético questiona-se então, sobre a forma como estes elementos adquirem o conhecimento para realizarem as suas funções. Entretanto, apercebe-se, que também ele faz algo sem se aperceber, que também ele vive para algo. O sujeito poético descobre que, apesar de ninguém lhe ter dito para amar, ele vivia para ela e que o amor dela era o seu bem mais precioso. Conclui então, que tal como a abelha percorre os campos à procura de flores, que tal como as estrelas dão “voltas” ao céu, que tal como todos os seres, que, por instinto, cumprem o seu destino, ele também cumpre o seu, o de a amar, o de só viver para ela e o de só morrer por ela. O sujeito poético acha que o seu fado, o motivo porque nasceu foi para a amar no seu “seio divino”. (Para Almeida Garrett, a mulher é vista como um ser essencial à sua sobrevivência.) Quanto às figuras de estilo, são utilizadas a personificação e a comparação. A personificação é explícita, pois o poeta dá “vida” aos animais, às plantas e à estrela quando lhes traça um destino. A comparação está implícita, pois tal como todos os elementos da Natureza cumprem o seu destino, por instinto, também o sujeito poético, cumpre o seu, amando aquela que o destino lhe confiou. Outros Trabalhos Relacionados
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