LEITURA CONTRATUAL / FICHA
DE LEITURA
1. Identificações bibliográficas
Informações fornecidas
na parte externa da obra: título / editora / autor
Título: “Sonho duma
noite de verão” (título original “A Midsummer Night’s Dream”)
Autor: William
Shakespeare
Editora: Lello &
irmão Editores
Edição: 1ª edição
Data: 1986
2. Autor
Nascimento/morte:
Stratford-upon-Avon, 26 de Abril de 1564 – Stratford-upon-Avon, 23 de
Abril de 1616
Nacionalidade:
Inglesa
Outras obras:
“Romeu e Julieta”; “Macbeth”; “Hamlet”; “Rei Lear”; “O Mercador de
Veneza”
Ocupações:
Dramaturgo e poeta.
3. Leitura
Escolhi esta obra
porque: nas últimas fichas de leitura escolhi um romance e um livro
de contos. Desta vez, optei por apresentar uma obra que foi escrita para
teatro. Acho que “Sonho duma noite de verão” é uma leitura interessante
a apresentar aos meus colegas, pois é um livro muito divertido embora
não muito fácil de ler (devido às confusões que são criadas ao longo da
história e de algum vocabulário difícil).
Li-a durante: uma
semana, nas férias de verão (na altura em que decorre a história).
4. Obra
Classifico a obra:
teatro / histórias maravilhosas e fantásticas
Assunto: O livro
“Sonho duma noite de verão” conta três histórias ao mesmo tempo e que se
cruzam: a história de Hérmia (que é obrigada a casar com Demétrio, pelo
pai, embora goste de Lisandro) e da sua amiga Helena (que gosta de
Demétrio); a história dos conflitos de Oberon (rei dos génios da
floresta) e Titânia (rainha das fadas); e a história de uns artesãos
atenienses que ensaiam uma peça de teatro para apresentar no casamento
de Teseu (duque de Atenas).
O pai de Hérmia (Egeu)
pede a Teseu (duque de Atenas) que force a sua filha a casar-se com
Demétrio. Mas Hérmia está apaixonada por Lisandro e recusa-se a fazer a
vontade ao pai (o que é crime segundo a lei ateniense), portanto ela e
Lisandro fogem. Demétrio vai atrás de Hérmia e Lisandro e Helena (amiga
de Hérmia e apaixonada por Demétrio) segue-o. Nessa noite, Titânia
(rainha das fadas) e Oberon (rei dos génios da floresta e seu marido)
encontram-se no bosque e discutem pois Titânia não quer entregar um
órfão indiano a Oberon para ser seu pajem. Enquanto isso, um grupo de
artesãos atenienses preparam a peça de teatro “Píramo e Tisbe” (de
Ovídeo) para apresentar no casamento de Teseu.
Oberon pede ao Trasgo
(génio da floresta servo de Oberon) que lhe traga a flor do
amor-perfeito e que esprema o sumo dessa flor em Titânia enquanto ela
dorme, para que ela se apaixone pelo primeiro ser que vir. Pede-lhe
também que pingue o sumo da flor em Demétrio para que ele se apaixone
por Helena (pois assim, todos ficariam felizes). O Trasgo surpreende os
artesãos enquanto eles ensaiam a peça e, sem conseguir deixar de pregar
uma das suas partidas, assusta-os e transforma a cabeça de um deles em
cabeça de burro.
Titânia acorda, vê o
artesão com cabeça de burro e apaixona-se por ele. Trasgo confunde
Lisandro com Demétrio e acaba por enfeitiçar Lisandro (enquanto este
dormia ao lado de Hérmia no bosque). Lisandro acorda, vê Helena e
apaixona-se por ela. Hérmia acorda sozinha e chega Demétrio que lhe
declara o seu amor. Oberon percebe que o Trasgo se enganou e fá-lo
emendar as coisas.
Entretanto, chegam ao
bosque Egeu, Teseu e Hipólita (noiva de Teseu). Demétrio diz que ama
Helena e que não se quer casar com Hérmia. E o Trasgo, que foi quem mais
se divertiu com as confusões que provocou, diz que tudo aquilo não
passou de um sonho de uma noite de verão.
Parte que mais gostei:
a última cena, em que o Trasgo se dirige ao público e nos diz para
imaginarmos que tudo o que foi dito antes (ou representado, uma vez que
se trata de um texto dramático) não passou de um sonho, de uma ilusão.
Ele apela-nos, dando a sua “palavra de Trasgo honrado”, que não fiquemos
preocupados com os problemas que ele criou porque o que não foi
resolvido de imediato, em breve se resolverá. Esta cena final é a mais
importante da obra pois é a conclusão de todo o enredo e é onde nos vai
ser apresentada a moral da obra (a mensagem que Trasgo nos quer
transmitir, da qual vou falar mais abaixo).
Parte menos
interessante: é impossível considerar alguma parte menos
interessante, pois cada vez que a história começa a atingir um tom mais
sério, aparece o Trasgo e faz uma das suas traquinices, a qual vai
provocar uma série novas peripécias.
5. Apreciação crítica
Selecciono cinco
palavras que desconhecia: caramanchel / rojar / insânia / libré /
dissensões
Selecciono cinco
palavras (que considero) belas: trasgo / gorjear / aurora / emudecer
/ debique
Registo duas frases
marcantes:
“(…) imaginai que pelo
sono passastes; que estando a dormir, sonhastes; que o sonho durou um
ai, e que noutro acordastes.” (Trasgo - acto VIII, cena XIX)
“Vês, doido, o que
fizeste? Espremeste o veneno num amante fiel; um amor tão sereno por
culpa tua agora enoitou-se, em lugar da justa punição que eu tentava
irrogar a um fero desamor.” (Oberon – acto V, cena XIV)
Indico
personagem/personagens interessante(s): o Trasgo, o traquina
espírito da floresta e criado de Oberon (rei dos génios). É um ser
sobrenatural com poderes mágicos que utiliza, na maioria das vezes, para
pregar partidas. Mas no fundo, Trasgo tem um bom coração como demonstra
pela sua preocupação por se ter enganado a “espremer os
amores-perfeitos” e por ter provocado uma grande confusão entre pessoas
que se amavam verdadeiramente (embora ele tenha gostado da parte da
confusão). A sua personagem é a minha favorita porque me lembra a magia
da floresta, onde nunca sabemos o que se esconde nas suas sombras, se o
que ouvimos é apenas o vento… Acho que a personagem do Trasgo é tão
envolvente para mim, que não me admiraria de um dia o encontrar ao
crepúsculo, naquela altura mágica em que os últimos raios de sol
trespassam as copas das árvores e tudo se torna dourado.
Esta obra fez-me
reflectir sobre: as consequências que alguns erros podem ter. Na
obra, o Trasgo enfeitiçou as pessoas erradas e acabou por criar
problemas entre Helena, Hérmia, Lisandro e Demétrio. A mensagem que
obtive com esta obra foi-me transmitida por Trasgo, na cena final: por
maior, mais complicada e confusa que seja uma situação, tudo acabará por
se resolver e ficar bem. Trasgo também nos quer mostrar que não devemos
ficar a pensar nas coisas más que aconteceram, devemos tomá-las por um
sonho que passou e desse sonho lembremo-nos apenas que “não há mal que
dure para sempre”.
Valeu a pena ler esta obra porque: é um clássico da literatura
inglesa. “Sonho duma noite de verão” é uma obra com um enredo muito
confuso, mas muito divertido. Pessoalmente, adorei a história e as suas
personagens pois ambas permitem-nos ter uma visão muito subjectiva da
obra uma vez que, tratando-se de uma história de fantasia, a nossa
imaginação tem um grande papel durante a leitura. Aquele ambiente mágico
e misterioso que nos envolve durante toda a acção da história em
combinação com a maneira apaixonada de escrever de Shakespeare, torna
esta obra uma das minhas favoritas.
Aconselhava esta obra a
um amigo porque: embora não seja das obras mais conhecidas de
Shakespeare (quando este autor é referido o título que nos assalta a
mente é “Romeu e Julieta”), não fica atrás em qualidade. A maioria das
pessoas lê romances, contos, novelas… e, por vezes, quase nos esquecemos
das peças de teatro, o que é um grande erro e obras como “Sonho duma
noite de verão” são prova disso. Esta obra tem outra vantagem, é uma
obra de magia e imaginação (que toda a gente gosta). Tudo isto com um
Trasgo “à mistura” para aumentar a confusão e criar aqueles desencontros
divertidíssimos.
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