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Trabalhos de Estudantes Trabalhos de Português - 9º Ano |
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Luís de Camões e os Lusíadas Autores: Diana Cruz Escola: Escola EB 2/3 de Penafiel Data de Publicação: 20/02/2009 Resumo do Trabalho: Trabalho sobre Luís de Camões e os Lusíadas, realizado no âmbito da disciplina de Português (9º ano). Comentar este trabalho / Ler outros comentários Se tens trabalhos com boas classificações, envia-nos, de preferência em word para notapositiva@sapo.pt pois só assim o nosso site poderá crescer.
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No âmbito da disciplina de Língua Portuguesa foi-nos proposto mais uma vez a elaboração de um trabalho. Este intitula-se por “Luís de Camões e «Os Lusíadas», cujo tema também está presente no programa da matéria de Língua Portuguesa - 9ºAno. Assim tem como objectivo, os alunos adquirirem maior conhecimento sobre este importante poeta e a obra que realizou, e por conseguinte, enriquecer, mais uma vez, os nossos conhecimentos histórico-literários. Neste trabalho estão presentes conteúdos como: a vida de Luís de Camões, a obra de «Os Lusíadas» falada em geral e, temas mais aprofundados sobre esta epopeia portuguesa como a origem do titulo, a sua estrutura interna e externa, os elementos da obra, as fontes que Camões utilizou, entre outros. É um trabalho que revela bastante interesse. Faço votos para que esteja de agrado de todos! Poeta português, filho de Simão Vaz de Camões e de Ana de Sá e Macedo. Luís Vaz de Camões terá nascido por volta de 1524/1525, não se sabe exactamente onde. Morreu a 10 de Junho de 1580, em Lisboa. Pensa-se que estudou Literatura e Filosofia em Coimbra, tendo tido como protector o seu tio paterno, D. Bento de Camões, frade de Santa Cruz e chanceler da Universidade. Porém, num dia abandonou Coimbra antes mesmo de completar o curso e veio para Lisboa. Tudo parece indicar que pertencia à pequena nobreza, no entanto aborrecia-se por não poder trabalhar, nem ganhar a sua vida, foi então defender a Pátria como soldado, em Ceuta, e em combate perdeu o olho direito. Depois de dois anos de guerra, voltou para Lisboa, onde resolveu ficar. Em 1552, foi preso em consequência de uma briga com um funcionário da Corte, Gonçalo Borges, e metido na cadeia do Tronco. Saiu logo no ano seguinte, inteiramente perdoado pelo agredido e pelo rei. Partiu para a Índia nesse mesmo ano, quer para obter mais facilmente o perdão, quer para se libertar da vida lisboeta, que não o contentava. Segundo alguns autores, terá sido por essa altura que compôs o primeiro canto de «Os Lusíadas». Na Índia parece não ter sido muito feliz, Goa decepcionou-o, como se pode ler no soneto “Cá nesta Babilónia donde mana”. Tomou parte em várias expedições militares e, numa delas, no Cabo Guardafui, escreveu uma das mais belas canções: “Junto dum seco, fero e estéril monte”. Viajou de seguida para Macau, onde exerceu o cargo de provedor-mor de defuntos e ausentes, e escreveu, na gruta hoje reconhecida pelo seu nome, mais seis Cantos do famoso poema épico. Voltou a Goa e naufragou na viagem na foz do Rio Mecom, mas salvou-se, nadando com um braço e erguendo com o outro, o manuscrito da imortal epopeia, facto documentado no Canto X, 128. Nesse naufrágio viu morrer a sua "Dinamene", rapariga chinesa a que se tinha afeiçoado. A esta fatídica morte dedicou os famosos sonetos do ciclo Dinamene, entre os quais se destaca “Ah! Minha Dinamene! Assim deixaste”. Em Goa sofreu caluniosas acusações, dolorosas perseguições e duros trabalhos, vindo Diogo do Couto encontrá-lo em Moçambique, em 1568, "tão pobre que comia de amigos", trabalhando n'Os Lusíadas e no seu Parnaso, "livro de muita erudição, doutrina e filosofia", segundo o mesmo autor. Em 1569, após 16 anos de desterro, regressou a Lisboa, tendo os seus amigos pago as dívidas e comprado o passaporte. Só três anos mais tarde conseguiu obter a publicação da primeira edição de Os Lusíadas, dedicado a D. Sebastião, este ofereceu-lhe, uma tença anual de 15 000 réis pelo prazo de três anos. Os últimos anos de Camões foram amargurados pela doença e pela miséria. Reza a tradição que se não morreu de fome foi devido à solicitude de um escravo Jau, trazido da Índia, que ia de noite, sem o poeta saber, mendigar de porta em porta o pão do dia seguinte. O certo é que morreu a 10 de Junho de 1580, sendo o seu enterro feito a custos de uma instituição de beneficência, a Companhia dos Cortesãos. Um fidalgo letrado seu amigo mandou inscrever-lhe na campa rasa: "Aqui jaz Luís de Camões, príncipe dos poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente, e assim morreu." Célebre poema épico de Luís de Camões, publicado em 1572. Narra a descoberta do caminho marítimo para o Oriente por Vasco da Gama, contém ainda uma síntese da História da Pátria. É uma epopeia clássica, inteiramente fiel às regras e convenções impostas pelo género. Superando os poetas estrangeiros que se limitavam a imitar modelos literários, Camões enforma a sua obra com vivencias colectivas e dinamizadoras fundamentadas na História de Portugal, principalmente na história da expansão: «A verdade que eu conto, nua e crua, vence toda a grandíloqua escritura!» - Os Lusíadas, Canto V, 89. Mas, embora seguindo os modelos clássicos, Luís de Camões imprimiu à sua epopeia um cunho pessoal, nomeadamente no que se refere ao tema, com o objectivo de lhe conferir uma maior veracidade. Introduzindo um tema histórico, o poeta narra acções realmente acontecidas, tendo para tal recorrido a fontes diversas: Crónica de D. Afonso Henriques, de Duarte Galvão, crónicas de Rui de Pina e de Fernão Lopes, a História do Descobrimento e Conquista da Índia, de Fernão Lopes de Castanheda, e as Décadas da Ásia, de João de Barros, entre outras. Para além disso, as experiências vividas, assumem uma importância fundamental na narrativa. Procurando ser objectivo e verídico, o autor pretende fundamentalmente transmitir a sua interpretação da História de Portugal, o que permite olhar a obra de dois prismas: por um lado, esta aparece como um texto a elogiar os feitos heróicos dos portugueses, nomeadamente através da Proposição, indo de encontro à ideologia oficial; por outro, ela deixa transparecer uma posição crítica face à politica oficial da expansão que comporta demasiados perigos e riscos para os portugueses, através entre outros do episódio do «Velho do Restelo» que personifica a posição do «homem da rua» («o fogo que Prometeu trouxe do céu e ajuntou ao peito humano, e logo o mundo em armas acendeu,/ em mortes, em desonras – grande engano.». E são estes acontecimentos narrados com grandes preocupações de veracidade, associados a uma grande beleza literária, que fazem de Os Lusíadas uma obra universal. O vocábulo Lusíadas é um patronímico (nome derivado do pai; indica filiação ou descendência) criado pelo humanista André de Resende. Os Portugueses são entendidos como descendentes de Luso, filho ou companheiro de Baco e lendário pastor da Lusitânia. Repare-se que o título não remete para um herói individual (como a Odisseia ou a Eneida), nem para um feito militar (como a Ilíada); o nome no plural anuncia-nos a acção histórica de um povo (herói colectivo). Externa: Os Lusíadas estão divididos em dez cantos (I-X), cada um deles com um número variável de estrofes (em média 110, mas o mais longo é o canto X com 155 estrofes) que, no total, somam 1102. Essas estrofes são todas oitavas (contém oito versos). Cada verso é constituído por dez sílabas métricas (decassílabo), obedecendo ao esquema rimático "abababcc" (rimas cruzadas, nos seis primeiros versos, e emparelhada, nos dois últimos). Interna: «Os Lusíadas», na sua estrutura interna, possui: . A Proposição (Canto I estâncias 1 a 3) onde o Poeta indica aquilo que se propõe cantar. . As Invocações: - 1.ª (Canto I, estâncias 4 e 5) – súplica às Tágides (ninfas do Tejo) para que o ajudem na organização do poema e lhe dêem inspiração para cantar os feitos heróicos lusitanos; - 2.ª (Canto III, estâncias 1 e 2) – súplica a Calíope, porque estão em causa os mais importantes feitos lusíadas; - 3.ª (Canto VIII, estâncias 78 a 87) – súplica às ninfas do Tejo e do Mondego, queixando-se dos seus infortúnios; - 4.ª (Canto X, estâncias 8 e 9) – novo pedido a Calíope para que o inspire para terminar a obra. . A Dedicatória (Canto I, estâncias 6 a 18), com o oferecimento do poema a D. Sebastião. . A Narração (a partir do Canto I, estancias 19 e seguintes, iniciada in media res (quando a frota se encontra no Canal de Moçambique), tem momentos retrospectivos (da história de Portugal e da viagem), momentos prospectivos (sonhos, presságios, profecias) e Epílogo (regresso dos nautas incluindo o episódio da Ilha dos Amores). Os elementos de uma epopeia são quatro: . ACÇÃO (assunto no seu desenvolvimento). . PERSONAGEM/HERÓI (o agente principal/actante sujeito); . MARAVILHOSO (intervenção de seres superiores); . FORMA (forma natural de literatura, estrutura versificatória); Na obra “Os Lusíadas”, e em obediência às regras acima enunciadas, encontramos os seguintes elementos: . Acção – Viagem marítima de Vasco da Gama à Índia; . Herói – o Povo Português, representado simbolicamente na figura do comandante das naus, Vasco da Gama; . Maravilhoso: - Cristão: intervenção do Deus dos Cristãos; - Pagão: intervenção das divindades da mitologia; - Céltico ou mágico – intervenção da feitiçaria, da magia, de crenças populares. . Forma – Narrativa - Versos decassílabos (geralmente heróicos, com acento rítmico na 6.ª e 10.ª sílaba); - Rimas com esquema abababcc; - Estâncias: oitavas; - Poema dividido em dez cantos (num total de 1102 estâncias, sendo o canto mais longo o X com 156 e o mais pequeno o VII com 87 estrofes) . Históricas: - Para a viagem do Gama e feitos no Oriente: os historiadores quinhentistas (Barros, Castanheda e outros). - Para a Idade Média: os cronistas (Fernão Lopes, Zurara, Rui Pina, Galvão). - História Trágico-Marítima. . Estéticas: - As epopeias homéricas (a Ilíada e a Odisseia) sobretudo a Eneida, de Virgílio. - Ovídio (sugestões mitológicas). - Orlando Furioso do humanista italiano Ariosto (para a estrutura estrófica - oitava rima). . Obras de carácter cientifico (geógrafos antigos, etc.) e filosófico; Bíblia e Doutores da Igreja. Após a elaboração deste trabalho posso concluir que Camões, apesar de todas as dificuldades que atravessou ao longo da vida, podemos considerá-lo como o pai da poesia portuguesa, pelo verdadeiro talento que demonstrou ter na realização da importante obra intitulada por “Os Lusíadas”, onde conta a História de Portugal com uma grande veracidade. Foi um trabalho que realizei com bastante gosto e interesse! - TEIXEIRA, Maria Ascensão e BETTENCOURT, Maria Assunção. Língua Portuguesa – 9º Ano. 3.º Volume, 3.ª Edição, Texto Editora, Lisboa, 2003, págs. 10-13. - COSTA, Alice Gomes e GIL, Vera. De Viva Voz – 9.º Ano. 1.ª Edição, Texto e Editora, Lisboa, 1997, pág. 161. - «Luís de Camões». http://www.infopedia.pt/$luis-de-camoes, consultado a 18/03/2008. - «Os Lusíadas». http://www.infopedia.pt/$os-lusiadas, consultado a 18/03/2008
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