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Trabalhos de Estudantes Trabalhos de Português - 8º Ano |
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Composição sobre a Peste Negra Autores: Ana Correia Escola: Escola EB 2,3 Padre Alberto Neto Data de Publicação: 28/12/2007 Resumo do Trabalho: Composição sobre a Peste Negra no séc XIV, realizada no âmbito da disciplina de Português (8º ano). Ver Trabalho Completo Comentar este trabalho / Ler outros comentários Se tens trabalhos com boas classificações, envia-nos, de preferência em word para notapositiva@sapo.pt pois só assim o nosso site poderá crescer.
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- Chamo-me Maria e tenho 19 anos. Sou freira. E tu? - perguntei a um menino que estava sozinho. A sua família tinha morrido. - Chamo-me Tiago e tenho 7 anos. Estou com medo. O que se passa? - Bem, Tiago, dizem que a peste foi trazida pelos marinheiros. - Eu cá acho que isto é tudo um castigo de Deus! Estamos todos a pagar pelos nossos pecados! - interveio uma senhora idosa. - Tiago - continuei - esta peste faz com que o nosso corpo fique coberto de manchas negras. Algumas pessoas até atingem febres altas e cospem sangue. Vem comigo, vamos dar um passeio pela aldeia e depois vens comigo para a igreja. - Está bem. - respondeu ele. Íamos a caminhar pela aldeia, quando vimos uma senhora a chorar. Ela estava com o filho nos braços e, segundos depois, atirou-o pela janela. - Minha senhora, o que está a fazer?!?! - perguntei-lhe. - O meu filho está com manchas no corpo. É da peste! É da peste! - gritou a senhora. Dramas como este aconteciam todos os dias. Toda a aldeia está preocupada. A pequena aldeia está a ficar desabitada. Os homens e mulheres já não trabalham porque pensam que vão morrer. Toda a minha família está preocupada. Nenhum de nós aparenta possuir a peste, mas sabemos que pudemos morrer a qualquer altura e a angustia é muita. Há homens a expulsar mulheres de casa, mães a abandonar os filhos, e vice-versa. - Para que serve esta fogueira? - perguntou-me o Tiago, apontando para uma fogueira situada no centro da aldeia. - Bom, há quem pense que, queimando plantas odoríferas, se pode combater a peste. - E funciona? - Há quem acredite que sim. Há quem já não acredite em nada. Há quem já nem tenha esperança de vida. - A nossa população está a voltar-se para a magia! - grita um senhor. - Vendo ervas e poções! - propaga um vendedor. - Eu tenho amuletos! - grita outro. - Para que servem os amuletos, as ervas e as poções? - perguntou-me o Tiago, perturbado. - Acredita-se que todas estas magias podem proteger-nos da peste. - expliquei-lhe. - Toda esta magia não vai conseguir combater a vontade de Deus! - disse uma mulher. - Reze, reze muito. - disse-lhe - Todos sonhamos no dia em que isto acabe. - Maria! Maria! Vem rápido! - chamou-me o meu irmão. Peguei na mão do Tiago e corri na sua direcção. Vi o meu pai deitado numa cama. - O que se passa meu pai? - Minha filha, cuida de ti, reza, reza muito. Reza por toda esta população e ajuda, ajuda sempre os necessitados… Nesse momento, o brilho dos olhos do meu pai desapareceu. Os seus pulmões tinham sido atingidos pela peste. O seu corpo não aguentara. A caminho do enterro, encontrámos imensos corpos abandonados no meio da rua, espalhados, pelos cantos… Chegámos. Nesse momento, meu irmão também morreu. A peste estava a afectá-lo. Enterrámo-lo com o meu pai. Depois do enterro, eu, minha mãe e Tiago, fomos para a Igreja. A Igreja estava cheia de lençóis espalhados pelo chão. Em cima deles estavam dezenas de corpos, que necessitavam de cuidados. Eu, como freira, ajudava a tratar deles. Ajudava e rezava para que isto acabasse. Os seus corpos estavam cheios de manchas. A maior parte dos doentes atingia febres altas e alguns chegavam a delirar. Era o desespero total. O medo da morte. Era noite, uma noite escura e fria. Sentei-me no chão. O meu corpo começara a apresentar manhas. Começara a pensar que podia morrer. Chamei minha mãe e Tiago. - Mãe, olha o meu corpo. - solucei. Minha mãe começara a chorar. - Filha, não me deixes sozinha. - disse ela. - Trata do Tiago - pedi à minha mãe. Foi a última coisa que disse. Fechei os olhos. Morri.
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