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Trabalhos de Estudantes Trabalhos de Educ. Física - 10º Ano |
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Desporto Adaptado Autores: Ana Santos Escola: Escola Secundária José Saramago Data de Publicação: 09/06/2011 Resumo do Trabalho: Trabalho sobre desporto adaptado (o que é, modalidades, etc...), realizado no âmbito da disciplina de Educação Física (10º ano). Comentar este trabalho / Ler outros comentários Se tens trabalhos com boas classificações, envia-nos, de preferência em word para notapositiva@sapo.pt pois só assim o nosso site poderá crescer.
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Introdução Neste trabalho o tema será o Desporto Adaptado. Para a realização deste foi-me proposta a possibilidade de escolha do tema. Como no mundo do desporto temas para trabalhar é o que não falta, lembrei-me daqueles que a maior parte de nós se esquece: os atletas com deficiência. No universo desportivo existem várias vertentes: a educativa, a recreativa, a terapêutica e a competitiva, sendo todas elas aplicáveis às pessoas com deficiências. Muitas vezes ao vermos pessoas com alguma deficiência pensamos: "Coitadinho (a)!", mas não, na maioria dos casos eles são uns autênticos campeões, tanto na vida como naquilo a que se dedicam: o desporto. 1. Desporto Adaptado O que é? Para os portadores de deficiência são muitas as vantagens que provêm da prática de desporto, quer a nível psicomotor, ou seja, na melhoria do controlo postural, coordenação motora, conhecimento do corpo e das suas reais capacidades e ainda a nível do desenvolvimento da condição física (aumento da força, da resistência, da velocidade e da flexibilidade). Mas para além das vantagens e benefícios já apresentados, ainda existem mais, a nível do próprio indivíduo e do seu desenvolvimento social. A nível do próprio indivíduo poderá contribuir para: . A estimulação de centros nervosos e de estruturas anatómicas lesadas, que poderá acelerar o processo terapêutico; . Potenciar o desenvolvimento cognitivo; . Potenciar o aumento do autoconceito; . Potenciar o aumento da comunicação; . Potenciar a prevenção de estados depressivos e de ansiedade; . Redução dos estados de irritabilidade e agressividade; . Produção de uma sensação de bem-estar e equilíbrio; . Ajudar no desenvolvimento intelectual sobretudo, nos mais novos; . Potenciar a integração social e a qualidade de vida. A nível do desenvolvimento social poderá contribuir para: . Através do esclarecimento do público sobre da situação particular dos grupos de deficiência acerca das suas experiências, comportamento, actuação e das suas reais capacidades; . Permitindo construir uma melhor entreajuda entre deficientes e não deficientes; . Promover a integração social de portadores de deficiência através da realização de provas com pessoas com deficiência em eventos para pessoas sem as mesmas; . Os desportistas com deficiência funcionam como modelo de superação dos próprios limites para outros indivíduos que também as tenham, permitindo assim para que estes possam encontrar soluções para as próprias barreiras na integração e participação na sociedade; . Despertar um maior interesse da comunidade científica para o estudo das deficiências, sobretudo no que diz respeito ao comportamento; . Promover o desenvolvimento de soluções técnicas e de materiais cada vez mais adaptados de modo a atenuar as desvantagens provocadas pelas deficiências. 2. Modalidades Seja qual for a sua deficiência, qualquer pessoa pode praticar uma modalidade desportiva, inclusivamente de competição, cujas regras deverão ser adaptadas ao diversos tipos de deficiências. Desde que o seu programa de reabilitação assim o permita e o indivíduo esteja devidamente enquadrado e acompanhado por uma instituição ou equipa técnica, a prática de actividades desportivas deve iniciar-se o mais depressa possível. A partir do momento em que o atleta se sente apto, as escolhas da modalidade é vasta, dependendo das limitações de quem a vai praticar. Os desportistas podem ainda dispor de ajuda técnica ou de um dispositivo de compensação. As modalidades de desporto adaptado são: . Atletismo . Basquetebol em cadeira de rodas . Boccia . Ciclismo . Equitação . Esgrima em cadeira de rodas . Futebol de 5 . Futebol de 7 . Goalball . Halterofilismo . Judo . Natação . Râguebi em cadeira de rodas . Remo . Ténis de mesa (a pé ou em cadeira de rodas) . Ténis ( a pé ou em cadeira de rodas) . Tiro . Tiro com arco . Vela . Voleibol Atletismo
Para os atletas com deficiência visual (cegos e alguns amblíopes) existe a ajuda de um atleta guia que acompanha o atleta nos treinos e nas competições. Os atletas com deficiências motoras e paralisia cerebral podem competir em cadeira de rodas - especialmente desenhada e criada. As provas podem decorrer em pista ou no campo, consoante sejam as corridas de velocidade, de meio-fundo e de fundo , em distâncias de 100, 200, 400, 800, 1500, 5000 e 10000 metros e ainda nas provas de dardo, disco, peso e saltos (em altura, em comprimento e triplo salto). Basquetebol em cadeira de rodas
Desde 1946, ano em que se jogou o primeiro jogo de basquetebol em cadeira de rodas, que a modalidade tem vindo a ganhar mais adeptos e praticantes. Boccia
É uma modalidade exclusiva para portadores de paralisia cerebral e deficiências motoras, sendo praticada em cadeira de rodas, em recintos fechados. Este jogo é composto por dois conjuntos de seis bolas cada, um conjunto de cor vermelha, outro de cor azul e uma bola branca - a bola alvo. Neste jogo o objectivo é a equipa colocar todas as bolas o mais perto possível da bola alvo. As bolas podem ser lançadas com a mão ou com o pé. No caso da deficiência afectar todos os membros, podem ser utilizados dispositivos de compensação, calhas e ponteiros para o acto do lançamento. Ciclismo
O programa de competições inclui provas de pista e de estrada para atletas individuais. Para as equipas existem provas de velocidade, perseguição individual, contra-relógio dos 1000 metros, corridas em estrada e corridas em estrada em contra-relógio. AS provas podem ser praticadas por atletas do sexo feminino e masculino. O ciclismo está aberto a atletas com deficiências locomotoras (tetra/paraplégicos, amputados e "les autres") e paralisia cerebral para as provas de estradas. Os atletas que sofrem de deficiência visual correm na modalidade de tandem, sendo o piloto um atleta normovisual. Equitação
Os atletas competem em duas provas de "dressage", uma prova de campeonato de movimentos predefinidos e uma prova livre acompanhada de música. Existe ainda uma prova em equipa para três ou quatro atletas. Esgrima em cadeira de rodas
A modalidade pode ser praticada por atletas do sexo feminino e masculino com deficiências a nível de membros amputados, paraplégicos ou com paralisia cerebral e podem estar em equipas ou individualmente. As armas utilizadas são a espada, o florete e o sabre. Futebol de 5 para cegos
A bola tem um dispositivo sonoro para que os atletas a consigam localizar. Existe ainda um guia que orienta os jogadores no modo como se posicionam em campo e para onde devem lançar a bola. Futebol de 7
Segue as regras que são habitualmente usadas pela FIFA, mas com algumas alterações como por exemplo, a inexistência de "foras de jogo". O campo também é adaptado e tem de ter as seguintes dimensões, o comprimento tem de estar compreendido entre os 70 e os 75 metros e a largura entre os 50 e os 55 metros. As balizas também têm de ser mais pequenas com 5 metros de comprimento por 2 metros de altura. Cada jogo tem a duração de 60 minutos dividida em duas partes de 30 minutos cada, com um intervalo de 15 minutos. Goalball
A modalidade tem como objectivo marcar golo na baliza da equipa adversária arremessando com a mão uma bola, que contém no seu interior um dispositivo sonoro, através do qual os jogadores conseguem saber a localização da bola. Os jogadores utilizam uma viseira opaca, que tem como principal objectivo estabelecer uma situação de igualdade entre os jogadores cegos e amblíopes. O jogo decorre com dois períodos de 7 e com um intervalo de 4 minutos. Halterofilismo
A competição está aberta a atletas com paralisia cerebral, lesões da medula espinal, amputados (somente amputados dos membros inferiores) e "les autres". Judo
Todos os atletas com deficiência visual estão aptos para a prática desta modalidade. À medida que o grau da deficiência aumenta, as adaptações feitas também aumentam. Natação
As competições podem ser praticadas tanto por atletas do sexo feminino como do sexo masculino, portadores de deficiência motora e visual. As regras internacionais são seguidas, mas com algumas excepções, uma das quais o facto de os atletas, nalgumas provas, poderem escolher se partem da plataforma ou da água. Para os atletas com deficiência visual utiliza-se uma bastão revestido de esponja para tocar no nadador quando este se aproxima da parede no momento da chegada ou da viragem. Râguebi em cadeira de rodas
Está destinado a atletas tetraplégicos do sexo masculino e feminino. Implica grande contacto físico, à medida que os atletas tentam passar a bola para lá da linha de baliza da equipa adversária. Remo
As competições são disputadas em provas de 1000 metros para todas as embarcações. Ténis de mesa
As competições desta modalidade estão agrupadas em provas de pé ou em cadeira de rodas, e para indivíduos com deficiência intelectual. Pode ser disputada por atletas de ambos os sexos em pares, equipas ou individualmente. Ténis em cadeira de rodas
Tiro
As competições estão abertas a todos os atletas com deficiências físicas e visuais, que podem competir em duas classes, em cadeira de rodas ou em pé. As provas podem ser femininas, masculinas e mistas, a partir de uma distância variável entre os 10, 25 e 50 metros. Tiro com arco
Estando disponível para atletas com deficiências motoras, como amputados, lesões da medula espinal, paralisia cerebral e outras, pode ainda ser disputada por equipas ou individualmente em pé ou em cadeira de rodas. O alvo tem 122 centímetros de diâmetro e está situado a 70 metros de distância do atirador. Vela
Os atletas competem em eventos mistos: a prova de três velejadores - que utiliza barcos da classe Sonar e a prova individual - disputada em barcos da classe R (2,4 metros) SKUD 18, uma embarcação para dois velejadores. Há ligeiras alterações no equipamento e na pontuação. Voleibol
No voleibol sentado, o campo tem menor dimensão, com 10 metros de comprimento por 6 de largura. 3. Jogos Paraolímpicos História Em 1948, o Sr. Ludwing Guttmann organizou uma competição desportiva para combatentes da 2ª Guerra Mundial que tinham sofrido lesões na coluna vertebral. Quatros anos após este evento, juntaram-se a estes jogos participantes da Holanda e nasceu assim o movimento internacional denominado Paralímpico. Os Jogos Olímpicos para atletas com deficiência foram pela primeira vez organizados em 1960, na capital italiana, Roma. Em 1976 tiveram lugar os primeiros jogos Paraolímpoicos de Inverno na Suécia. Em 2001 foi assinado um acordo entre o Comité Internacional Olímpico e o Comité Internacional Paraolímpico para assegurara a realização dos últimos. Jogos Paraolímpicos: A participação Portuguesa A primeira participação portuguesa foi no ano de 1972 em Heidelberg, com apenas 9 atletas somente para a modalidade de basquetebol em cadeira de rodas. Nessa participação não ganharam nenhuma medalha. Em 1984, em Nova Iorque participaram 15 atletas nas modalidades de boccia, atletismo, ciclismo e ténis de mesa. Nesse anos conseguiram 14 medalhas. Quatro anos depois, em Seul foram 13 atletas para participarem nas provas de boccia e atletismo, conseguindo 12 medalhas nesse ano. Em Barcelona no ano de 1992, Portugal participou com 28 atletas que competiram nas modalidades de atletismo, boccia, futebol e natação. Regressaram a Portugal com 9 medalhas. No ano de 1996 em Atalanta, estiveram 35 atletas portugueses, nas mesmas modalidades de Barcelona, tendo conquistado 14 medalhas. Em Sidney, ano de 2000, com um recorde de presenças de 53 atletas de todos os grupos de deficiências e com as mesmas modalidades de à quatro e oito anos, mas ainda com as modalidades de basquetebol, ténis de mesa e ciclismo. Foram conquistadas 15 medalhas. Portugal apenas não teve atletas a participar nas seguintes modalidades: esgrima, ntação, goalball, judo, haterofilismko, râguebi, ténis,tiro, tiro com arco, vela e voleibol. Já na XII edição dos Jogos Paraolímpicos, que decorreram em Atenas, decorria o ano de 2004, Portugal conseguiu 12 medalhas, duas de ouro, cinco de prata e cinco de bronze. Data de inclusão das modalidades e respectivos Jogos Paraolímpicos
O Bicas
O Bicas é a mascote do
Movimento Paralímpico de Portugal e tem como grande objectivo “que os
desportistas deficientes se identifiquem com ela, que sintam que o BICAS
é deles.” A Mascote deseja ser, no imaginário, uma nova espécie que tem
algumas parecenças com um pássaro que representa a liberdade.
O Bicas é versátil,
praticando diversos desportos: 4. Legislação Em Portugal
A Constituição da
República Portuguesa de 1976 estabelece, no seu Artigo 79º, o direito à
cultura física e ao desporto a todos, aspecto este reforçado pelo Artigo
1.º da Lei n.º 30/2004, de 21 de Julho – Lei de Bases do Desporto – que
assume o desporto como factor indispensável na formação da pessoa e no
desenvolvimento da sociedade, não deixando de se preocupar especialmente
com a prática desportiva do cidadão portador de deficiência, como é
legível nas determinações constantes nos artigos 5.º, 26.º, 32.º, 70.º e
82.º. 5. Associação de Apoio ao Desporto para Deficientes As seguintes associações estão destinadas a apoiar os atletas portadores de deficiências. . ANDDVIS - Associação Nacional de Desporto para Deficientes Visuais; . ANDDEMOT - Associação Nacional de Desporto para Deficientes Motores; . LPDS - Liga Portuguesa de Desportos para Surdos; . ANDDEM - Associação Nacional de Desporto para Deficientes Mentais; . PCAND - Paralisia Cerebral - Associação Nacional de Desporto
Conclusão O desporto tem, entre outras, a possibilidade de dar visibilidade às capacidades dos indivíduos e não às suas dificuldades, uma vez que a prática de uma actividade desportiva e recreativa constitui uma oportunidade para valorizar as aptidões do atleta. Para mim foi muito importante a realização deste trabalho, pois ajudou-me a compreender melhor algumas das muitas qualidades das pessoas com deficiência. O mundo tem lugar para todos e não podemos marginalizar aqueles que, de alguma maneira são diferentes só por isso. Os atletas com deficiência conseguem trazer mais medalhas para Portugal do que qualquer outro atleta... Pensemos nisso! Bibliografia . http://www.infopedia.pt/$jogos-paralimpicos . http://www.educacao.te.pt/professores/index.jsp?p=165&idDossier=143 . http://www.idesporto.pt/conteudo.aspx?id=27&idMenu=4 . http://ef.cad-cascais.org/wp-content/uploads/2008/11/act-cegos.gif . http://www.comiteparalimpicoportugal.pt/index.php . http://www.fpdd.org . http://www.anddi.pt . http://www.anddvis.org.pt . http://www.anddemot.org.pt . http://www.lpdsurdos.org.pt Outros Trabalhos Relacionados
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