|
Apontamentos e Resumos de Português - 12º Ano |
|
|
Resumo da obra "Felizmente Há Luar" Autores: Sara Silva Pereira Escola: Escola Secundária D. Sancho I Data de Publicação: 02/07/2010 Apresentação: Resumo/Apontamentos sobre a obra "Felizmente Há Luar", realizado no âmbito da disciplina de Português (12º ano). Ver Apontamento/Resumo Completo Comentar este trabalho / Ler outros comentários Se tens trabalhos com boas classificações, envia-nos, de preferência em word para notapositiva@sapo.pt pois só assim o nosso site poderá crescer.
|
|
Autor: Luís de Stautt Monteiro Influência maior: Berlott Brecht – Teatro Épico O TEATRO ÉPICO: Debruça-se sobre o Homem, no seu constante devir - é uma luta permanente para transformar a sociedade. Para isso, usa a técnica da Distanciação Histórica e o realismo. É preciso procurar um facto histórico mais remoto e compará-lo com a realidade próxima que se quer denunciar. Ao criticar o passado, consegue transpor a mensagem para o presente, obtendo assim um paralelismo fiável. Os actores não interagem com o auditório. O papel deles é apresentar uma ideia e não criar empatia. Deste modo, atinge-se a lucidez à o público formula juízos de valor. OBJECTIVO: - Levar a sociedade (público) a tomar consciência da realidade. PORQUÊ? - A tomada de consciência leva à acção. - A acção leva à mudança. A OBRA: Tempo da História: século XIX Tempo da Escrita: século XX PERSONAGENS: É possível agrupar algumas personagens segundo as suas posições. 1. Os do Poder: . D. Miguel Forjaz . Marechal Beresford . Principal Sousa 2. O Povo: . Manuel, o mais consciente dos populares . Rita . O Antigo Soldado . Vicente 3. Os Delatores: . Morais Sarmento . Andrade Corvo . Vicente As individuais: . Frei Diogo de Melo, o homem sério da igreja . António de Sousa Falcão, o amigo . Matilde de Melo, a companheira de todas as horas . General Gomes Freire de Andrade Nota: Vicente é a única personagem que evolui na obra: começa como membro do povo e acaba no grupo dos delatores, elevado a chefe da polícia. Manuel: . Representa o povo oprimido e esmagado. . É lúcido e consciente. . Usa uma linguagem popular que combina com o realismo da obra. General Gomes Freire: . Único . Com valores, íntegro . Politicamente liberal, igualitário Vicente: . Desrespeita/ Despreza o povo – FALSO HUMANITÁRIO . É contra o general . Traidor, calculista . Ambicioso, materialista . Subtil, inteligente . Egoísta D. Miguel Forjaz: . Anti-progressista/ retrógrado . Conservador . Autoritário . Medroso . Sem escrúpulos/ mercenário . Corrupto – deixa-se corromper e tenta corromper os outros . Vê o liberalismo como anarquia e caos . Acha-se superior – absolutista: “Um mundo em que não se distinga a olho nu um nobre de um popular não é mundo em que eu deseje viver” . Falso demagogo “Deus, Pátria e Família” Marechal Beresford: . Mercenário . Lúcido e consciente . Mau soldado, mas bom estratega . Pragmático . Calculista “não é prudente ainda dizê-lo” . Ardiloso – trama a confusão mas não a integra Principal Sousa: . Corrompido pelo poder . Deveria semear a paz e semeia o confronto . Hipócrita . Contra o liberalismo – odeia os francesas por causa das suas ideias . Anti-progressista . Cínico Frei Diogo: . O lado bom da igreja . Homem com compaixão . Conforta Matilde . Defende Gomes Freire – corrobora a sua inocência . Opõe-se ao Principal Sousa Matilde de Melo: . É a força do segundo acto . Está desesperada . Luta por: lealdade, justiça, verdade . Digna . Apaixonada e devota a Gomes Freire . Por vezes, parece um pouco alucinada . Culta, vivida . Forte, lutadora, destemida . Inteligente . Grande poder de Argumentação (ver discussão com Principal Sousa) . Oscila entre dois pólos: . uma mulher feminina, frágil, consumida pela angústia, a suplicar pelo amor da sua vida, não temendo sequer contrariar princípios. . uma mulher forte, destemida, que acusa os males do seu povo e denuncia a corrupção e a falta de índole, a tirania. “Cortam-se as árvores para não fazerem sombra aos arbustos!” AS DIDASCÁLIAS: Existem as didascálias normais, que se seguem ao texto, e as didascálias marginais, típicas do teatro de Brecht. Estas corroboram o distanciamento histórico. Luz/Sombra: . A falta de luz no cenário (escuridão total) mostra o clima da época – o regime opressor, a ignorância do povo, a obscuridade. . A intensa luminosidade no Manuel (primeira cena) corrobora a indicação inicial “Manuel, o mais consciente dos populares”. Luz é conhecimento, lucidez. SÍMBOLOS: A Moeda: - a miséria do povo, a esmola - o compromisso que o povo tem para com o General: . É como uma medalha de honra para Matilde. . É símbolo da fé que o povo tem no General. . Mostra que povo não luta porque não pode. - a traição da igreja (à semelhança de Judas, a igreja vende-se em nome do dinheiro e do poder) A Fogueira: - Por D. Miguel: símbolo de purificação, limpeza . Quem não está connosco, está contra nós, é preciso afastar. . Semelhança com a Santa Inquisição - Por Matilde e Sousa Falcão: . Profecia de mudança . Purificação, redenção, chama da esperança . Renascimento, advento A Saia Verde: - Em vida: . Esperança . Liberdade - Paris, Revolução Francesa . Pureza, Inocência - neve branca - Após a Morte: . A alegria do reencontro . A esperança de que a morte do General não seja em vão . A esperança da mudança O Preto de Sousa Falcão: - Luto por si mesmo - Auto-recriminação por não ter tido a coragem do General - Se ele partilhava os mesmos ideais que o General, deveria ter dado a cara e lutado com ele - Arrepende-se da sua cobardia “Há homens que obrigam todos os outros a reverem-se por dentro” O Título: - Por D. Miguel: . “Felizmente há luar” para se verem melhor as execuções e para que o medo conseguido seja maior a abranja mais pessoas. . A Lua: monotonia, falta de liberdade de acção e expressão. . Tal como a lua, os regimes déspotas só sobrevivem se os mais fortes estiverem controlados. Brilham com a luz dos outros. - Por Matilde: . O luar permite que mais gente veja a fogueira, mais gente vença o medo, mais gente se revolte e se una para mudar. . O luar aumenta a amplitude da purificação. Mais irão percorrer em direcção à luz, à liberdade, ao conhecimento, à justiça, à democracia. Relação entre a carga dramática de Matilde, o tempo da história e o tempo da escrita: Escrito no século XX, em pleno auge do regime ditatorial de Salazar, e remetido para o século XIX, em pleno regime déspota, Felizmente há luar mostra-nos, claramente a censura e a falta de liberdade de acção, pensamento e expressão que se viveu nestes dois tempos. Matilde aparece como a força do segundo acto, carregada de emoção, provocando o clímax da história. É ela quem denuncia e quem se revolta contra o movimento castrador que se desenvolvia por todo o país, quem ousa enfrentar o poder absoluto em prol da liberdade, da mudança e da democracia. Usa frases simples, mas fortalecidas com grande energia, coragem e direcção: “Cortam-se as árvores para não fazerem sombra aos arbustos”. Mostra-nos que toda e qualquer ameaça ao poder conservador e unidireccional era, imediatamente, aniquilado. Matilde oscila entre dois pólos: num é uma mulher frágil e comovida que luta exclusivamente pelo marido inocente, vítima dos interesses mais altos do reino; noutro é a mulher forte e destemida que grita as condições do povo, a podridão das relações da igreja, a falta de índole da nobreza e a ignorância do povo. No entanto, em ambos os casos é uma lutadora, ávida por justiça, que acorda o público/sociedade para a lástima de pessoas que governavam em Portugal. As crises são cíclicas. Foi no século XIX, foi no século XX e foi em muitas outras ocasiões anteriores porque o Homem é assim: não aprende.
Outros Trabalhos Relacionados
|
|