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Apontamentos e Resumos

de Biologia - 12º Ano

 

Reprodução Humana

Autores: GC

Escola: Escola Francisco de Holanda

Data de Publicação: 12/12/2012

Apresentação: Resumo/Apontamentos sobre a Reprodução Humana, realizado no âmbito da disciplina de Biologia (12º ano).

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Reprodução Humana

Reprodução Humana

Importância da reprodução: permite que a espécie se perpetue muito para além da esperança média de vida de cada indivíduo.

Reprodução assexuada: assenta na criação de novos indivíduos, cujos genes provêm todos de um único progenitor, sem que haja portanto, fusão de células sexuais ou gâmetas. A reprodução assexuada baseia-se em processos de divisão celular mitótica e permite uma rápida produção de descendência.

Reprodução sexuada: consiste na criação de novos seres devido à fusão de células haplóides, denominadas gâmetas, das quais resulta uma célula diplóide, o ovo ou zigoto. Os gâmetas são formados por meiose, num processo denominado gametogénese. Este fato, aliado à união ao acaso dos gâmetas, permite uma grande variabilidade genética da descendência.

A espécie humana reproduz-se sexuadamente com a participação de indivíduos de sexos diferentes.

A recombinação genética assegura descendência com grande variabilidade.

O ciclo de vida é diplonte e a meiose é pré-gamética.

MORFOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR MASCULINO

Funções básicas do aparelho reprodutor masculino:

. Génese de espermatozóides e o seu armazenamento;

. Produção de secreções que, com os espermatozóides, formam o esperma;

. Transporte e libertação de esperma;

. Copulação.

Órgãos reprodutores externos:

. Escroto;

. Pénis, que permite a cópula.

Órgãos reprodutores internos:

. Gónadas (testículos) que produzem gâmetas (espermatozóides) e hormonas;

. Glândulas acessórias, que segregam produtos essenciais para o movimento e viabilidades dos gâmetas;

. Vias genitais ou ductos, nos quais circulam os gâmetas e as secreções glandulares.

Os homens possuem dois testículos, cada um deles constituído por numerosos tubos seminíferos enrolados, rodeados por várias camadas de tecido conjuntivo (cápsula fibrosa), que dá origem a vários septos, dividindo os testículos em vários lóbulos. Cada lóbulo testicular contém dois ou três tubos seminíferos enovelados, nos quais ocorre a produção de espermatozóides. Os tubos seminíferos convergem para a zona posterior dos testículos formando a rede testicular, de onde saem cerca de 15 canais que se vão ligar ao epidídimo.

Nos tubos seminíferos existem células somáticas, dentro das quais:

. Células de Sertoli são responsáveis pela coesão, protecção e nutrição das células germinativas e pela coordenação da espermatogénese.

. Células de Leydig ou intersticiais são responsáveis por produzirem entre outras hormonas, a testosterona, responsável pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários do Homem.

Vias genitais:

. Canal deferente tem a função de conduzir os espermatozóides e receber o líquido seminal ;

. Uretra tem a função de conduzir a urina e os espermatozóides para o exterior;

. Epidídimos, tem a função de armazenamento e maturação dos espermatozóides.

 

Os epidídimos são dois, um por cada testículo. Cada um deles é composto por um tubo muito enrolado, que comunica com o respectivo canal deferente. A passagem do esperma pelo epidídimo dura cerca de 20 dias, ao longo dos quais os espermatozóides vão amadurecendo, ganhando mobilidade e capacidade fecundativa.

Glândulas acessórias:

. As duas vesiculas seminais, que produzem um líquido alcalino, que contribui com cerca de 60% do volume total do esperma e contém muco e frutose, que é o principal nutriente que fornece energia aos espermatozóides e contém ainda enzimas e hormonas;

. Próstata, é a maior glândula acessória, que segrega directamente para a uretra, vários produtos, entre os quais citrato (nutriente para os espermatozóides) e enzimas anticoagulantes. A próstata permite também a passagem para a uretra de urina, proveniente da bexiga urinária, controlando, assim, a alternância da passagem de produtos provenientes do aparelho urinário e do aparelho reprodutor;

. As duas glândulas de Cowper, situam-se abaixo da próstata e antes da ejaculação, estas glândulas segregam para a uretra um muco alcalino, neutralizando a acidez da urina, que eventualmente possa aí permanecer.

Escroto: é uma prega externa da superfície corporal que permite manter os testículos fora da cavidade abdominal. Este fato reveste-se da maior importância, pois na maioria dos mamíferos incluindo o Homem, a produção de esperma não ocorre, normalmente à temperatura corporal. A temperatura no escroto é cerca de 2ºC mais baixa que a temperatura do corpo, sendo, por isso, ideal para a espermatogénese.

Pénis: é constituído por três cilindros de tecido esponjoso eréctil: os corpos cavernosos, o corpo esponjoso ambos resultantes das modificações das veias e os capilares sanguíneos.

Durante o ato sexual, os corpos cavernosos enchem-se de sangue proveniente das artérias do pénis. O seu enchimento causa um aumento de pressão que provoca o fecho das veias do pénis, permitindo, assim a erecção. A erecção é essencial para a inserção do pénis na vagina, de forma a depositar aí o sémen, líquido resultante da ejaculação. O corpo esponjoso rodeia a uretra permitindo que ela se mantenha aberta para a saída do sémen.

Na extremidade do pénis, situa-se a glande, rica em terminações nervosas e recoberta por uma prega de pele denominada prepúcio.

Gametogénese: conjunto de transformações que conduz à formação de gâmetas a partir das suas células percursoras diplóides. Nos testículos designa-se espermatogénese.

Espermatogénese

É o processo de formação de espermatozóides maduros, ou seja, processo de diferenciação das espermatogónios (2n) em espermatozóides (n). Inicia-se na puberdade e ocorre, de modo contínuo, durante o resto da vida do Homem. Ocorre nos tubos seminíferos dos testículos, de forma centrípeta (da periferia para o lúmen) e compreende 4 fases sucessivas:

1. Multiplicação

Nesta fase, as células estaminais que vão dar origem aos espermatozóides (espermatogónias) estão localizadas na periferia dos tubos seminíferos. Desde a puberdade, estas células entram em proliferação constante, dividindo-se por mitoses sucessivas.

2. Crescimento

As espermatogónias aumentam de volume, devido à síntese proteica, à acumulação de substâncias de reserva e à replicação do ADN, originando os espermatócitos I.

3. Maturação

Cada espermatócito I divide-se por meiose. Da 1ºdivisão meiótica, resultam dois espermatócitos II. Nos espermatócitos II, ocorre a 2ºdivisão meiótica, originando quatro espermatídios.

4. Diferenciação ou espermiogénese

Os espermatídios transformam-se em espermatozóides. Devido a esta transformação ocorre a perda de grande parte do citoplasma, reorganização dos organelos citoplasmáticos, diferenciação de um flagelo a partir de centríolos. Os espermatozóides são libertados do lúmen dos tubos seminíferos.

Função dos espermatozóides: moverem-se em direcção a um gâmeta feminino e fecunda-lo.

Constituição do espermatozóide:

. Cabeça: com núcleo genético e o acrossoma, capuz formado por vesículas dos complexo de Golgi, contendo enzimas digestivas que permitirão perfurar a camada protectora do ócito II, aquando da fecundação.

. Peça intermédia: os centríolos, dispostos no pólo oposto ao cromossoma, originando os microtúbulos que constituem o flagelo. Concentração de mitocôndrias, fornecedoras de energia (ATP) para os batimentos do flagelo.

. Cauda: formada pelo flagelo, cujos batimentos impulsionam o espermatozóide.

Formação do esperma:

Em caso de estímulo sexual as contracções do epidídimo conduzem os espermatozóides aos vasos deferentes;

. Das vesículas seminais provem o líquido seminal, de consistência espessa (muco, frutose, proteínas), constitui 60% do esperma;

. Da próstata provem o líquido prostático, pouco espesso, de aspeto leitoso (ácido cítrico, enzimas), com um pH de 6.5, é mais básico do que as secreções vaginais. Inibidoras da progressão dos espermatozóides;

. As secreções das glândulas de Cowper constituem um pequeno volume da solução alcalina e mucóide, que neutraliza a acidez da uretra e lubrifica a extremidade do pénis.

MORFOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR FEMININO

Funções básicas:

. Génese de gâmetas;

. Transporte de gâmetas e local de fecundação;

. Receção de esperma;

. Desenvolvimento de novos seres.

Órgãos externos (vulva):

. Clitóris: na mulher este pequeno órgão situa-se nos pequenos lábios, o homem também tem este órgão eréctil, que possui muitas terminações nervosas e por isso tem um papel fundamental na estimulação do ato sexual;

. Lábios, têm a função de proteger os restantes órgãos sexuais;

. Orifício vaginal.

Órgãos internos:

. Gónadas (ovários), que produzem gâmetas;

. Vias genitais, que conduzem os gâmetas e alojam o embrião.

As mulheres possuem duas gónadas, denominadas ovários, que se encontram alojadas na cavidade abdominal, de cada um dos lados do útero e ligados a estes por pregas do tecido conjuntivo (mesentério). O tamanho dos ovários, varia ao longo da vida, atingindo o volume máximo no início da puberdade. Com o avançar da idade, eles têm tendência a diminuir de tamanho e na menopausa, atingem 1/3 do volume inicial. São glândulas com cerca de 5 cm de comprimento e têm uma forma ovóide.

Estrutura dos ovários:

. Zona medular: interna, apresenta elevada vascularização (tecido muscular liso e tecido conjuntivo), é muito irrigada por vasos sanguíneos e terminações nervosas.

. Zona cortical: periférica, com numerosos folículos ováricos em diferentes estádios de desenvolvimento.

 

Os folículos são formados por uma célula germinativa, que irá dar origem ao gâmeta, rodeada por uma ou mais camadas de células foliculares, que alimentam e protegem a célula germinativa ao longo do seu amadurecimento.

Processo da passagem do gâmeta do ovário para o pavilhão da trompa:

Existem cílios vibráteis no pavilhão interior da trompa de Falópio que provocam o movimento de líquido da cavidade abdominal para a trompa, facilitando, assim, a recolha do gâmeta feminino para o interior do oviduto e a sua condução ao longo deste tubo, em direcção ao útero.

O útero é um órgão musculoso e elástico, cuja camada interior (endométrio), é muito vascularizada. A parte superior mais dilatada constitui o corpo uterino. A parte inferior, mais estreita, forma o colo uterino ou cérvix e contacta com a vagina.

Função do útero: é nele se que acomoda o embrião e mais tarde o feto durante a gestação.

Vagina: é um canal musculoso, muito elástico. Termina na vulva e serve como deposito de sémen, durante o ato sexual. Também constitui o canal pelo qual se dá o nascimento.

Glândulas de Bartholin: segregam um muco destinado à lubrificação do vestíbulo.

Evolução dos folículos ováricos

A evolução dos folículos ováricos e a oogénese são fenómenos que ocorrem simultaneamente e têm inicio durante o desenvolvimento embrionário da mulher.

Na zona cortical ou córtex ovárico diferenciam-se os folículos, que resultam da multiplicação de células germinativas, as oogónias. Cada folículo demora 4 meses até atingir a fase madura.

Folículo primordial

Este folículo é constituído por uma célula germinativa (ovócito ou oócito), rodeada por células foliculares.

Atresia folicular: degeneração de folículos parte deles antes do nascimento.

Folículo primário

O oócito I a partir da puberdade, começa a crescer uma vez por mês, aumenta de volume e verifica-se uma proliferação das células foliculares, até formarem uma camada contínua de células.

Folículo secundário

Continua o aumento do oócito I e proliferação das células foliculares, originando a camada granulosa. Entre essa camada e o oócito I forma-se uma outra, mas acelular denominada zona pelúcida. Surge ainda um 3º camada que rodeia o folículo, a teca.

Folículo terciário

O oócito continua a aumentar de tamanho e as células da camada granulosa continuam a proliferar, começando a apresentar cavidades preenchidas com um líquido. A teca diferencia-se em teca externa e interna.

Folículo maduro ou de Graaf

As cavidades existentes na camada granulosa continuam a aumentar de tamanho até originar uma só cavidade cheia de líquido folicular, a camada folicular. Esta cavidade fica rodeada por uma camada granulosa, que inclui um conjunto de células a rodear o oócito II, pronto a ser libertado.

O crescimento do folículo de Graaf causa uma saliência na superfície do ovário, que acaba por causar a ruptura e libertar o oócito II para a trompa de falópio, num processo denominado ovulação.

Após a ovulação, a parede do ovário cicatriza. As células foliculares que permanecem no folículo, proliferam, aumentam de tamanho e adquirem função secretora. O citoplasma destas células é amarelo, devido à presença de um pigmento dessa cor, pelo que o conjunto de células se designa corpo amarelo ou lúteo, se não ocorrer fecundação este degenera.

Oogénese

É um processo que ocorre nos ovários e dá origem a gâmetas femininos e inicia-se durante o desenvolvimento embrionário.

Fase da multiplicação ou proliferativa

Durante o desenvolvimento embrionário, as células germinativas (oogónias), multiplicam-se, por mitoses sucessivas.

Fase de crescimento

As oogónias aumentam de volume , devido à síntese proteica, replicação do DNA e acumulação de substâncias de reserva originando oócitos I, que se rodeiam de células foliculares, originando folículos primordiais.

Os oócitos I iniciam a primeira divisão meiótica, que se interrompe na prófase I.

Fase de repouso

Os folículos primordiais, contendo o oócito I em prófase I, permanecem inactivos desde o nascimento até à puberdade. Nesta fase, a maior parte dos folículos primordiais degenera.

Fase de maturação

Atingida a puberdade, alguns folículos primordiais começam a desenvolver-se e, com eles, os oócitos I. O oócito I que se encontrava na prófase I, recomeça a divisão da meiose, originando duas células haplóides diferentes: uma maior (o oócito II) e uma menor (1ºglóbulo polar). Esta diferença de tamanho deve-se à citocinese, desigual, isto é, o citoplasma divide-se por gemiparidade.

Após a rutura do folículo de Graaf, com a consequente libertação do seu conteúdo, ocorre a ovulação, isto é, a libertação do oócito II (em metáfase II, da meiose) para o Pavilhão da trompa de Falópio.

Se não ocorrer fecundação o oócito II é eliminado.

Se ocorrem fecundação, o oócito II conclui a segunda divisão da meiose, originando um ovulo maduro e um 2º glóbulo polar que degenera.

Morfologia do óvulo

O óvulo é uma célula esférica, sem meios de locomoção, com citoplasma rico em reservas nutritivas para a alimentação do embrião nos primeiros dias.

RESPOSTA SEXUAL E FECUNDAÇÃO

A fecundação ocorre no 1ºterço das trompas de Falópio e está dependente da reacção cromossómica. Para que haja fecundação é necessário um comportamento sexual para haver encontro entre os dois gâmetas, caracterizado por estímulos e respostas.

A cópula (coito) permite que o esperma seja depositado no trato genital feminino.

Fecundação:

1. Para que o espermatozóide consiga penetrar no oócito II tem de ultrapassar algumas barreiras, pois o oócito II encontra-se envolvido por uma camada, formada por proteínas e glícidos, designada zona pelúcida. Em torno da zona pelúcida existe células foliculares que formam a zona pelúcida.

2. Quando o espermatozóide ultrapassa as células foliculares e atinge a zona pelúcida, ocorre a reacção acrossómica, durante o qual se verifica a libertação por exocitose, de enzimas acrossómicas, que dirigem a zona pelúcida, permitindo a fusão da membrana do espermatozóide com a membrana do oócito II.

3. A cabeça do espermatozóide e a peça intermediária penetra no citoplasma do gâmeta feminino e as mitocôndrias do espermatozóide são destruídas, razão pela qual a descendência herda mitocôndrias de origem materna.

4. A penetração do espermatozóide no oócito II leva-o a completar a segunda divisão meiótica, formando-se o óvulo e o 2ºglóbulo polar acaba por degenerar.

5. As membranas dos gâmetas fundem-se permitindo que o conteúdo do espermatozóide penetre no óvulo.

6. Ocorre libertação de substâncias presentes em vesículas do citoplasma do oócito, designadas grânulos corticais, para a região adjacente à zona pelúcida formando uma camada impermeável a outros espermatozóides, pois de mais algum penetrasse formar-se-ia um conjunto cromossómico triplóide, tornando inviável o desenvolvimento do ovo, a esta situação dá-se o nome de polispermia.

7. O núcleo do óvulo aumenta de volume, originando o pronúcleo feminino.

8. O espermatozóide perde o flagelo e o segmento intermediário.

9. O núcleo do espermatozóide aumenta volume, originando o pronúcleo masculino.

10. Os dois pronúcleos (haplóides) aproximam-se um do outro e fundem as suas membranas, permitindo a mistura dos cromossomas de origem materna e paterna, processo designado cariogamia.

11. Esta união de gâmetas haplóides dá origem ao ovo ou zigoto diplóide.

ESPERMATOGÉNESE E OOGÉNESE  - ASPECTOS COMPARATIVOS

Aspectos comuns

. Em ambos os processos os gâmetas derivam de células germinativas primordiais, as espermatogónias e as oogónias

. Os dois processos de gametogénese iniciam-se nas gónadas e envolvem várias mitoses, a síntese e acumulação de substâncias de reserva e uma meiose.

. A produção de gâmetas ocorre durante um período limitado de vida, embora esse período não seja igual nos dois sexos.

Aspectos divergentes

Oogénese

Espermatogénese

. Tem início no período embrionário é interrompida na profase I, continua na puberdade, é novamente interrompida na metafase II e só termina se ocorrer fecundação.

. É um processo cíclico,

. Durante este processo o oócito sofre uma fase de acentuado crescimento,

. Não ocorre fase de diferenciação. O oócito apenas aumenta de volume como consequência da acumulação de substâncias de reserva.

. Neste processo a meiose origina, a partir de um oócito I apenas um óvulo.

. Tem início na puberdade e ocorre de um modo contínuo durante toda a vida de um homem.

. É um processo contínuo,

. Durante este processo o crescimento é pouco acentuado,

. A fase de diferenciação conduz à formação de espermatozóides a partir de espermatídeos, após um complexo processo de transformações.

. Neste processo a meiose origina, a partir de um espermatócito I ,quatro espermatozóides.

Controlo Hormonal

A reprodução é uma função associada a uma série de estímulos sensoriais, pelo que está directamente dependente da acção do sistema nervoso. Contudo, a sua regulação é efectuada através da interacção complexa de um conjunto de hormonas.

Hormonas segregadas (separadas):

. Nas gónadas;

. No encéfalo;

. Na hipófise: é uma glândula endócrina situada na base do encéfalo. É constituída por dois lobos: o lobo anterior de natureza glandular e o lobo posterior de natureza nervosa.

. No hipotálamo: esta intimamente relacionado com a hipófise, produz hormonas hipotalâmicas que estimulam a hipófise.

 

As hormonas de natureza esteróide expulsas pelas gónadas podem ser agrupadas em três grupos: androgénios (testosterona), estrogénios (estradiol) e progestinas (progesterona). Tanto o homem como a mulher produzem estas hormonas só que em quantidades diferentes.

Gonadotropinas: são hormonas produzidas na hipófise que controlam a síntese da maior parte das hormonas esteróides produzidas nas gónadas.

Controlo hormonal no homem

. As hormonas sexuais são os androgénios, das quais a testosterona é a mais importante.

. Os androgénios são produzidos nas células de Leydig, nos testículos e são responsáveis pelo aparecimento de caracteres sexuais.

. No desenvolvimento embrionário o feto já produz testosterona, que é responsável pelo desenvolvimento dos órgãos sexuais.

. Na puberdade aumenta a testosterona, estimulando a espermatogénese, bem como o aparecimento dos caracteres sexuais secundários.

. Como já sabemos, são as hormonas gonadotrópicas, segregas pela hipófise, que regulam o funcionamento testicular, quer a nível da espermatogénese como na produção de testosterona.

. Principais hormonas gonadotrópicas: folículo-estimulina (FSH) e a lúteo-estimulina ou hormona luteinizante (LH).

 

1. Na puberdade, o hipotálamo produz hormonas de libertação (RH ou GN-RH), que estimulam o lobo anterior da hipófise a produzir FSH e LH.

2. O LH induz a células de Leydig a produzir mais testosterona.

3. A FSH e a testosterona atuam sobre as células dos tubos seminíferos (células de Sertolli), estimulando a espermatogénese.

4. Aumenta a testosterona no sangue, reduz a produção de Gn-RH.

5. Cria-se um mecanismo de retroalimentação ou feed-beek negativo, na hipófise anterior.

6. A diminuição de Gn-RH inibe a hipófise, que deixa de produzir FSH e LH.

7. A diminuição destas hormonas leva à diminuição da produção de testosterona.

 

Logo, o processo de feedback negativo permite manter os valores das hormonas constantes.

Neste mecanismo de controlo, o efeito atua sobre a causa que o gerou. É positivo quando o efeito reforça a causa que o gerou, é negativo quando inibe a causa que o gerou.

Controlo hormonal na mulher

O ciclo sexual da mulher ocorre de 28 a 28 dias, desde a puberdade à menopausa, ao contrário do homem que ocorre de forma contínua desde a puberdade.

Ciclo ovárico

Caracteriza-se pela evolução de um folículo, ocorre em duas fases, a fase folicular e a fase luteínica, separadas pela ovulação.

. Fase folicular: desenvolvimento de 6 a 12 folículos ováricos, que iniciam mensalmente o processo de maturação. Apenas um dos folículos conclui a maturação, degenerando os restantes. Termina com a ovulação. As células foliculares e a teca produzem estrogénios.

. Fase luteínica: formação, evolução e regressão do corpo amarelo. Este produz progesterona e alguns estrogénios.

Ciclo uterino ou menstrual

Alterações a nível do endométrio (revestimento uterino) de 28 a 28 dias.

. Fase menstrual: ocorre quando não ocorreu fecundação no ciclo anterior. O corpo lúteo ou amarelo atrofia, deixando de segregar progesterona e estrogénio. A diminuição destas hormonas no sangue provoca a destruição da maior parte da camada funcional do endométrio. A consequente ruptura dos vasos sanguíneos provoca hemorragias. O sangue, juntamente com os restos da mucosa, forma um fluxo que dura 5 dias e se denomina de menstruação.

. Fase proliferativa: ocorre entre o 5º e o 14º dia, ocorre uma proliferação das células do endométrio. Esta mucosa vai-se regenerando e vascularizando até atingir a sua espessura de 6mn. A fase proliferativa é simultânea à fase folicular do ovário. No final desta fase, ocorre a ovulação. O crescimento do endométrio é estimulado pelo estrogénio.

. Fase secretora: ocorre após a ovulação, o endométrio atinge a sua espessura máxima, fica vascularizado e desenvolve glândulas que segregam um muco rico em glicogénio. Esta fase é simultânea à fase luteínica do avário.

 

Se não houver fecundação, ao 28ºdia reinicia-se um novo ciclo, com o aparecimento da nova menstruação.

Se houver fecundação o endométrio apresenta condições favoráveis ao desenvolvimento do embrião.

Regulação Hormonal

A regulação hormonal dos ciclos ovárico e uterino ocorre de forma a que o crescimento do folículo e a ovulação sejam sincronizados com a preparação do endométrio para uma possível implantação do embrião.

Esta regulação é feita através de mecanismos de feedback negativo e positivo, nos quais estão envolvidas as hormonas hipotalâmicas (RH ou GnRH), as hormonas hipofisárias (LH e FSH) e as hormonas ováricas (estrogénios e progesterona).

Fase pré-ovulatória

No início de cada ciclo sexual, o hipotálamo segrega a hormona Gn-RH, que induz a hipófise a segregar as hormonas LH e FSH em pequenas quantidades.

As células dos folículos imaturos possuem receptores para a FSH, mas não para a LH.

A FSH estimula, assim, o crescimento dos folículos, cujas células segregam estrogénio.

O pequeno aumento da concentração de estrogénio no sangue inibe a produção de GnRH, que por sua vez, inibe a produção de FSH e LH, mantendo reduzidos os níveis destas hormonas de retroacção negativa.

As relações que se verificavam na fase folicular mudam de forma abrupta quando a taxa de secreção de estrogénio pelo folículo em crescimento começa a aumentar rapidamente. Este aumento da quantidade de estrogénios deve-se ao aumento das células foliculares. Enquanto que um pequeno aumento do estrogénio inibe a expulsão da gonadotropinas, a elevada concentração de estrogénio no sangue tem um efeito contrário e estimula a secreção de gonadotropinas, ao estimular o hipotálamo a produzir GnRH.

Fase ovulatória

Os folículos já possuem receptores para a LH, pelo que ocorre um mecanismo de feedback positivo, aumento da produção de LH causado pelo aumento da secreção do estrogénio pelo folículo em crescimento, induz a maturação final do folículo, ocorrendo a ovulação.

Fase pós-ovulatória

Após, a ovulação, a hormona LH induz a formação do corpo lúteo.

Durante a fase luteínica do ciclo hormonal, o corpo lúteo, sob a influência da LH, continua a produzir estrogénio, mas também uma outra hormona esteróide, a progesterona. O corpo lúteo atinge o máximo do seu desenvolvimento cerca 8 a 10 dias após a ovulação.

O aumento combinado dos níveis de estrogénio e progesterona exerce um feedback negativo no complexo hipotálamo-hipófise, inibindo a secreção de gonadotropinas. Na parte final da fase luteínica, o corpo lúteo desintegra-se. Consequentemente, ocorre uma queda abrupta dos níveis de estrogénio e de progesterona. Esta queda dos níveis das hormonas ováricas liberta o complexo hipotálamo-hipófise do efeito inibidor destas hormonas. A hipófise começa a segregar FSH em quantidade suficiente para estimular o crescimento de novos folículos no ovário, iniciando-se, assim, a fase folicular do ciclo ovárico seguinte.

A fase folicular do ciclo ovárico é simultaneamente à fase proliferativa do ciclo uterino.A fase luteínica do ciclo ovárico é simultânea à fase secretora do ciclo uterino.

Hormonas ováricas:

Estrogénios

. Produzidos na granulosa e na teca interna;

. Máxima concentração antes da ovulação;

. Induz a proliferação do endométrio.

Progesterona

. Produzida pelo corpo amarelo;

. Máxima concentração na fase luteínica;

. Induz a complexidade das glândulas uterinas e a sua secreção.

A descida simultânea destas duas hormonas provoca a degradação do endométrio – fase menstrual.

O FSH estimula o desenvolvimento dos folículos ováricos que vão produzindo estrogénios.

Uma concentração moderada de estrogénios faz baixar a FSH, por retroacção negativa.

Uma concentração elevada de estrogénios faz aumentar o FSH e, sobretudo, LH por retroacção positiva.

Desenvolvimento embrionário

A fecundação é o inicio do desenvolvimento embrionário ou embriogénese.

Segmentação: ocorre uma sequência de divisões celulares, que originam células de dimensões sucessivamente menores (blastómeros). O embrião passa pela fase da mórula (aglomerado de células), mas a segmentação continua, até que o embrião atinge o estado de blástula. Nesta fase, o embrião é composto por um invólucro de blastómeros, isto é, por uma camada de células (blastoderme), que delimita uma cavidade central (blastocélio).

Gastrulação: as divisões celulares continuam, ocorrendo rearranjos de grupos de células, uns em relação aos outros, até atingirem determinadas posições, num processo denominado morfogénese. No final da morfogénese, o embrião atinge o estado de gástrula. A gástrula, nos humanos, é um embrião formado por três folhetos germinativos concêntricos: ectoderme, mesoderme e endoderme.

Organogénese: ocorrem fenómenos de diferenciação celular dos quais resulta a constituição dos diversos tecidos, órgãos e sistema de órgãos que formam o individuo.

Gestação: é o período compreendido entre a concepção e o nascimento.

Durante a gestação há a formação de órgãos anexos que fornecem ao embrião um meio líquido, temperatura constante, nutrientes, etc.

Primeiro trimestre de gestação

Após a fecundação, o ovo inicia a segmentação, dividindo-se sucessivamente. A primeira divisão mitótica origina duas células e ocorre 35 horas após a fecundação. O embrião transforma-se em morula.

Durante a segmentação o embrião vai sendo conduzido ao longo do oviducto, em direcção ao útero, onde chega já no estado de mórula. O embrião permanece na cavidade uterina durante dois a três dias. Durante este período, continua a dividir-se, sendo nutrido por secreções endometriais.

Cerca de uma semana após a fecundação, a segmentação origina a blástula, que no ser humano se denomina blastocisto. O blastocisto consiste numa camada esférica de células (o trofoblasto) contendo uma cavidade achatada e uma massa de células (o botão embrionário). Quando o blastocisto entra em contacto com o endométrio, inicia-se o período de implantação do embrião nessa mucosa, que dura cerca de cinco dias.

A implantação do embrião no endométrio, denomina-se por nidação. Durante a nidação, as células do trofoblasto situadas acima do botão embrionário proliferam e segregam enzimas que catalisam a digestão de células do endométrio, permitindo ao embrião penetrar de forma progressiva na parede uterina.

Começa, então a formar-se um anexo embrionário: o córion que possui vilosidades. Estas vilosidades mergulham em lacunas do endométrio preenchidas por sangue materno, devido à ruptura dos capilares. Ao fim de cerca de onze ou doze dias após a fecundação, o embrião encontra-se totalmente coberto pela mucosa uterina, estando completa a nidação.

Durante as primeiras duas semanas do seu desenvolvimento, o embrião obtém nutrientes directamente do endométrio.

Por volta do 15º dia, começa a ocorrer a gastrulação e o início da organogénese.

 

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